Executivo anuncia acordo com concessionário
Construção de habitação na Ilha Verde arranca este ano
As obras de construção de habitação pública junto à Ilha Verde vão começar ainda este ano, anunciou ontem o presidente do Instituto de Habitação. Chiang Coc Meng explicou que o Governo chegou a acordo com o concessionário dos terrenos do chamado lote 4 para a edificação de 500 fogos.
Em resposta a uma interpelação do deputado Leong Heng Teng, o mesmo responsável referiu igualmente que antes de 2010 os terrenos dos lotes 1,2 e 3 deverão ser desocupados, de forma a que mais habitações sociais ali possam ser construídas.
O presidente do IH revelou ainda que o Executivo reservou 12 lotes para construção de habitação pública nos terrenos da antiga pedreira de Seac Pai Van, em Coloane. Contudo, uma série de limitações, como a ausência de acessos e instalações básicas, está a atrasar o inicio das obras.
Na resposta à interpelação de Leong Heng Teng, Chiang Coc Meng aproveitou para revelar que, até 31 de Dezembro de 2008, a lista de candidatos ao Plano Provisório de Atribuição de Abono de Residência, destinado a quem aguarda por uma habitação social, era composta por 6.200 famílias. Destas, 2.495 apresentaram boletins de candidatura, dos quais foram despachados 2.341, tendo sido rejeitados 286.
Entretanto, seis agregados familiares desistiram ou cancelaram pessoalmente o abono depois de autorizado, enquanto em 128 pedidos se registaram falta de documentos. Outros 20 aguardam resposta, sublinhou o presidente do IH.
Em relação ao Plano de Arrendamento de Habitação para Famílias de Recém-casados, Chiang Coc Meng considera que se deve continuar a estudá-lo de forma cuidadosa e aprofundada, até porque o assunto tem gerado "uma grande divergência de opiniões. Contudo, frisa aquele responsável, o governo já reservou um terreno, com uma área de 2 200m2, para o planeamento da construção de habitação pública, na rua Francisco Xavier Pereira (antigo quartel de Mong Há) e deverá intensificar a revisão da legislação sobre habitação pública, com o objectivo de reforçar o aproveitamento justo dos recursos.
Lei de combate ao crime informático está pronta
Passaporte "inteligente" chega à RAEM
Os documentos de viagem tradicionais em Macau vão ser substituídos pelos chamados documentos inteligentes. A medida, incluída no projecto de lei do “Regime Jurídico de Documentos de Viagem da RAEM”, foi ontem anunciada no final de uma reunião do Conselho Executivo.
O porta-voz do organismo, Tong Chi Kim, referiu que os novos documentos - passaportes e títulos de viagem - terão um chip electrónico que irá armazenar os dados pessoais dos titulares, no sentido de reforçar a capacidade de combate à falsificação de documentos. Tong Chi Kim explicou ainda que a substituição será efectuada de forma gradual, e que, enquanto estiverem dentro da validade, os documentos antigos poderão continuar a ser utilizados.
O projecto de lei prevê ainda punições criminais para quem danificar ou destruir os novos documentos, bem como para quem subtraia, impeça e prejudique o funcionamento das entidades emissoras, acrescentou o porta-voz.
No final da reunião de ontem, Tong Chi Kim referiu ainda que o Conselho Executivo concluiu igualmente a apreciação do projecto de lei sobre o combate à criminalidade informática. O porta-voz lembrou que vários países já possuem este tipo de legislação, e que o projecto de lei do governo estipula que os crimes de actos ilícitos de obtenção ou utilização ilegítima de dados informáticos, acesso ilegítimo a sistema informático, fraude entre outras práticas de crime e falsidade informática, possam ser punidos com penas de prisão de um a dez anos, podendo ainda haver um agravamento da pena caso os crimes praticados tenham como alvo os órgãos Executivo, Legislativo e Judicial.
O mesmo responsável revelou que ambos os projectos de lei foram entregues à Assembleia Legislativa para aprovação. Entretanto, o Conselho Executivo também já concluiu a apreciação do regulamento administrativo sobre a orgânica e funcionamento do CCAC.
Casinos de Macau escapam
Wynn corta salários em Las Vegas
O magnata Steve Wynn, com casinos em Las Vegas e Macau, anunciou o corte de vencimentos com redução de horário para os trabalhadores dos Estados Unidos, mas afastou a perspectiva de medidas idênticas em Macau.
“De facto, todos irão fazer um pouco menos de dinheiro mas vão conservar os seus postos de trabalho”, afirmou Steve Wynn numa vídeo-conferência com analistas e investidores.
Steve Wynn explicou também que vai suprimir os bónus de 2009 e que espera poupanças de 75 a 100 milhões de dólares com as medidas agora apresentadas.
Em Dezembro, Steve Wynn abriu o casino Encore de 2.300 milhões de dólares e com 2.000 quartos em Las Vegas, paredes-meias com o Wynn Las Vegas, que abriu há três anos.
Apesar dos cortes em Las Vegas, Steve Wynn recusou qualquer alteração da gestão ou das regalias dos trabalhadores em Macau, sublinhando que “o negócio no território está a um nível que não obriga a cortes”.
Com apenas um casino no território, Steve Wynn tem uma posição consolidada de 2008 no terceiro lugar do 'ranking', com pouco mais de 18 por cento de receitas brutas calculadas em 108,7 milhões de patacas (10,4 milhões de euros).
Já em Janeiro, com receitas brutas de 8,5 milhões de patacas (825 milhões de euros), o Wynn Resorts fechou o mês com uma quota ligeiramente superior a 17 por cento, com um diferencial de cinco pontos percentuais para o segundo lugar da Las Vegas Sands e quase cinco pontos acima do quarto lugar.
Ainda ao longo de 2009, Steve Wynn deverá abrir em Macau o Encore, uma réplica aumentada do actual hotel/casino do território e seguindo a linha do projecto de Las Vegas.
Crise também chegou aos milionários
Fortuna de Stanley Ho diminuiu
O magnata dos casinos de Macau, Stanley Ho, perdeu 89 por cento da sua fortuna em 2008 e tem agora “apenas” mil milhões de dólares sendo o último “bilionário” de Hong Kong na lista da Forbes.
Depois de um quinto lugar na lista do início de 2008 com 9.000 milhões de dólares, a fortuna do magnata dos casinos caiu 89 por cento e vale agora “apenas” mil milhões, correspondentes a um modesto 19º lugar entre os 40 mais ricos da cidade, que continuam a ter como líder Li Ka-Shing, com interesses vários, desde o imobiliário às telecomunicações.
Mesmo assim Li Ka-Shing não escapou à crise e viu a sua fortuna cair metade para um total de 16,2 mil milhões de dólares, mas foi Stanley Ho o mais afectado dos bilionários da cidade.
A família Kwok, que dirige a Sun Hung Kai Properties, manteve a segunda posição, mas perdeu 55 por cento da fortuna para um total de 10,8 mil milhões de dólares.
O terceiro lugar, ocupado por Lee Shau Kee, também registou fortes perdas e é o primeiro da lista com menos de 10.000 milhões, ao registar uma fortuna de nove mil milhões de dólares.
Com uma crise financeira a atingir as grandes fortunas, entrar na lista dos ricos de Hong Kong é agora mais fácil, já que dos mil milhões requeridos em 2008, agora só são precisos 485 milhões de dólares, a fortuna do último rico da Forbes - Patrick Lee - ligado à industria do papel e que encerra a lista.
Empresa americana lança plano de expansão
McDonald's abre mais restaurantes
A cadeia de fast-food McDonald's, uma das empresas que melhor forma tem enfrentado a crise econômica, anunciou que abrirá 175 novos restaurantes na China, criando assim dez mil novos postos de trabalho, de acordo com jornal local "Xin Beijing".
Segundo a empresa, apesar da crise global, a McDonald's decidiu lançar na China aquele que é seu maior plano de expansão já aplicado a um país.
"A medida dará maiores oportunidades de cooperação com a indústria alimentícia chinesa", assinalou o chefe executivo do McDonald's na China, Jeffrey Schwartz, citado pela agência de notícias "Xinhua".
A cadeia, com mais de 1.050 restaurantes em cidades chinesas, também anunciou que reduzirá o preço de vários de seus produtos nos estabelecimentos chineses. Segundo Schwartz, muito deles chegarão a ser mais baratos do que os preços praticados "uma década atrás".
Em 2008, o lucro da McDonald's foi de 80 por cento, superior ao registado em 2007, algo que a firma atribui ao fato de que seus restaurantes sejam vistos como uma alternativa a outros estabelecimentos em tempos de crise econômica.
Na China, o McDonald's enfrenta a dura concorrência do KFC, outra das grandes multinacionais do setor, que abriu o seu primeiro restaurante cinco anos antes (em 1987) e é mais popular entre os consumidores chineses.
Lionel Leong Vai Tac não pensa candidatar-se a Chefe do Executivo mas diz-se disponível para servir Macau
“Ainda não sou um bom político”
Os políticos “sofisticados” não podem ter o coração ao pé da boca e Lionel Leong Vai Tac tem. Por considerar que é um homem “ligeiramente fora do enquadramento”, entende que ainda não reúne as condições necessárias para assumir um cargo de tão grande responsabilidade. Mas não vira as costas a desafios e, promete, desempenhará as funções em que puder ser útil. Ao PONTO FINAL, traça o perfil do líder de que Macau precisa e faz o balanço da sua experiência enquanto delegado à Assembleia Popular Nacional.
Isabel Castro
- Foi eleito para a Assembleia Popular Nacional (APN) há pouco mais de um ano. Como é que tem sido a experiência?
Lionel Leong Vai Tac - Óptima. É também uma grande oportunidade para aprender e para ficar a perceber o sofisticado e desenvolvido sistema do país. Antes de assumir esta responsabilidade, era como um miúdo de um jardim de infância. Não tinha a plena consciência dos diferentes aspectos do nosso país. Mas com esta oportunidade, e logo naqueles dias em que participei pela primeira vez no congresso nacional, pude observar que o sistema, os procedimentos e o protocolo são muito precisos e adequados para um país como este. Todas as reuniões que tivemos, para discutir assuntos como o relatório do primeiro-ministro ou os procedimentos das eleições, são feitas com muita seriedade. Mas o que mais me impressiona é a capacidade de resposta às nossas propostas ou interpelações.
- Sente que existe uma resposta efectiva às opiniões que manifesta?
L.L.V.T. - Dou-lhe um exemplo: três dias depois de enviar uma sugestão sobre a forma científica de se definirem políticas - defendi que não basta haver soluções científicas, é necessário explicá-las à população e educá-las nesse sentido, para que estas as apoiem – telefonaram-me a perguntar se queriam que fosse enviada a algum departamento específico. Eu disse que não, que não era um caso em concreto, e sim que deveria ser para o conhecimento geral de quem trabalha no Governo. Podiam ter ficado por ali e dar o assunto por arrumado, mas não. Enviaram a sugestão para todos os departamentos governamentais, a todos os níveis. Fiquei realmente impressionado com isto.
- E surpreendido?
L.L.V.T. – Claro! Resposta rápida e não apenas durante o tempo em que se participa no congresso. Respondem por escrito às sugestões e por vezes as respostas são mais compridas do que as interpelações – vê-se que estudaram a questão, com muitos pormenores, e são áreas específicas, como a diversificação dos sistemas de energia, que foi o tema de uma das minhas sugestões. Não enviam uma resposta padrão a agradecer. A resposta é muito positiva. Antes de ser delegado à APN não sabia que o nosso país era tão sofisticado neste aspecto. Respondem a milhares de sugestões por ano, têm equipas competentes para o fazer e a resposta é dada por quem tem competências, a nível provincial ou nacional.
- Depois deste ano de experiência, e atendendo a que foi o grande vencedor das eleições em Macau para a APN, vê-se a si próprio como um político diferente do que era?
L.L.V.T. – Estou diferente, sim – mais maduro, e isto porque sei que sou um bom aluno, aprendo rápido. E aprendo muitas coisas, não só aquelas que são boas para mim, mas também tudo o que seja benéfico para a comunidade. O que faz com que esteja diferente é que, antes, achava que havia coisas que eram apenas ilusões e slogans na política, mas agora sei que quando se trabalha com seriedade e a pensar no benefício das pessoas, haverá uma resposta positiva, pode-se fazer com que as coisas aconteçam.
- Que retrato que faz de si próprio enquanto político?
L.L.V.T. – Não quero utilizar a palavra ‘ingénuo’, mas continuo a ser um rapaz demasiado cheio de paixões. Ainda acredito e adoro a sensação de ver as coisas a acontecer, as soluções a aparecer. Incomoda-me assistir a algo mau para a comunidade, que todos os esforços sejam feitos e que, mesmo assim, o problema não se resolva. Mas depois deste ano de experiência, aprendi que, se não se pode resolver o problema este ano, devemos insistir e acreditar que para o próximo será possível.
- Quer então dizer que aprendeu a ter mais paciência?
L.L.V.T. – Mais paciência, definitivamente, mas não menos paixão. Continuo com o meu coração a bater com força e a ter o sangue quente. O meu fogo continua a arder porque este ano de experiência deu-me uma motivação muito grande para trabalhar. Ter tido a maior votação é, claro está, uma grande pressão.
- Mas é um voto de confiança, tendo em conta que pertence a uma nova geração de políticos.
L.L.V.T. – É um voto de confiança e, por ser novo, sei que tenho que fazer mais, que trabalhar mais arduamente de modo a dar uma resposta positiva à bênção da comissão eleitoral e, muito importante, às necessidade da população de Macau. É muito diferente do que era antes. Às vezes pensava que, tendo já dado o meu melhor, não podia fazer mais nada para resolver os problemas. Agora penso que não basta darmos o nosso melhor – se o meu melhor não for o suficiente, tenho então que melhorar as minhas capacidades.
– Quando Xi Jiping esteve em Macau, o Ou Mun falou de si como um dos possíveis candidatos a Chefe do Executivo, uma hipótese de que se começou a falar quando venceu as eleições para a APN...
L.L.V.T. – Esteve alguém a contar o tempo do nosso aperto de mão? (risos)
- Disseram que parecia o anfitrião da recepção. Considera a possibilidade de uma candidatura a Chefe do Executivo?
L.L.V.T. – Assumo todas as responsabilidades para poder ser útil a Macau mas, para lhe dizer a verdade, nunca tive em mente candidatar-me a Chefe do Executivo. Sei que ainda tenho que trabalhar com muito afinco nas minhas actuais funções, no Conselho Executivo e na APN. Como disse, estarei disponível para aquilo que Macau precisar de mim, mas não necessariamente na Administração, pode ser em qualquer função. Eu sou de Macau – nasci em Macau, fui educado em Macau e o meu coração bate por Macau. Só quer ver o melhor por Macau, é isso! Há muitos candidatos fortes a Chefe do Executivo.
- Mas nenhum deles parece ser perfeito.
L.L.V.T. – Ninguém é perfeito.
- Edmund Ho era perfeito, na altura.
L.L.V.T. – Na altura sim, mas também teve que aprender durante os seus mandatos.
- Mas era um candidato natural e agora não há nenhum.
L.L.V.T. – Isso é verdade. Todos os candidatos têm vantagens e desvantagens, não há dúvida. Eu não sou um bom político, com toda a sinceridade.
- Não é ou ainda não é?
L.L.V.T. – Por enquanto, acho que ainda não sou um bom político. Sou demasiado apaixonado. Quando vejo algo que não é bom, sou muito ansioso, muito insistente. Quando vejo algo bom, não consigo esconder a minha cara sorridente. Para se ser um político muito sofisticado, falar com o coração pode ser muito perigoso. Sou uma pessoa muito directa: toda a gente sabe do que gosto e do que não gosto, se quero ir atrás disto ou não. Estudei no Canadá durante a escola secundária e a universidade, tenho um estilo mais ocidental, a minha cara diz tudo. As pessoas dizem que estou sempre a brincar com toda a gente. Adoro comunicar com diferentes tipos de pessoas.
- Mas não acha que essa deve ser uma característica dos políticos? Porque é que têm que estar sempre tão distantes da população?
L.L.V.T. – Na realidade, eu acho que esta é a minha vantagem. Eu sou uma pessoa do povo. Algumas pessoas dizem que Macau precisa do líder dos líderes, eu não concordo. Depois de todos estes anos de abertura, a população de Macau já percebeu quais são as suas capacidades, as suas funções - algumas coisas podemos fazer, outras não. E sabemos que temos que trabalhar para melhorar. Por isso, no futuro, Macau precisa de um líder político que perceba as necessidades vulgares e simples das pessoas.
- É essa então a sua vantagem?
L.L.V.T. – Não é uma vantagem que me seja exclusiva. Penso que tenho essa capacidade porque tive uma infância muito complicada, muito humilde. O meu pai era funcionário público e em 1967 saiu da Administração e passou a ser veterinário. Éramos pobres, tivemos uma criação de galinhas e eu ia vendê-las aos mercados antes de ir para a escola. Depois, a economia familiar melhorou, fui para o Canadá e com apenas 20 anos já estava licenciado e tinha sido aceite no mestrado. Mas o negócio da minha família entrou em falência e tive que voltar. Fui operário numa fábrica, ganhava 1200 patacas por mês, apesar de ser formado em Ciências da Computação e Matemática, mas na altura não havia aqui computadores, estávamos em 1983. Ou seja, já passei por tudo isto e faço o meu melhor para perceber todos os papéis importantes da comunidade. Quando falo em papel importante, não me refiro a liderança - todas as pessoas têm um papel importante na comunidade, desde que tentem o seu melhor, obedeçam à lei e trabalhem arduamente por elas e pelas gerações futuras.
- Parece que Pequim ainda não decidiu – pelo menos, não há indicações nesse sentido – qual o candidato que estará disposto a apoiar. É do conhecimento geral que tem uma boa posição junto das autoridades centrais. Se Pequim demonstrar vontade em que avance para uma candidatura, está disposto a fazê-lo?
L.L.V.T. – Em primeiro lugar, o Chefe do Executivo é eleito pelos membros do colégio eleitoral. Só a 26 de Abril é que temos as eleições para este colégio, mas acredito que todos aqueles que vão ser seleccionados têm a sabedoria para fazerem a sua escolha. Talvez a bênção de Pequim seja um dos aspectos a considerar, mas muito mais importante é que este candidato seja alguém que possa trabalhar com Macau, com todos os grupos e pessoas de Macau, porque a verdadeira e sincera cooperação é uma base muito importante para a sustentabilidade de Macau. Pequim sabe disto. Os membros da comissão percebem isto. Precisamos de alguém com uma visão global porque abrimos as nossas portas. Ao mesmo tempo, precisamos de alguém com raízes locais e que ganhe o respeito local, não só das pessoas locais mas também, ironicamente, dos investidores estrangeiros que aqui estão. Tem que ser alguém que possa comunicar com os funcionários públicos, porque são o mecanismo mais importante para que o Governo funcione de acordo com as necessidades da população. Há muitos critérios a ter em consideração. Mas serão todos tendo em conta algo muito importante: se este homem consegue organizar uma boa equipa para que se chegue a acordo em relação a um objectivo comum. Deve ser alguém com charme político para motivar a sua equipa a trabalhar com um objectivo comum para Macau. Acho que, neste momento, depois do que passamos nos últimos anos, as pessoas de Macau querem ter a certeza de que há justiça e oportunidades para melhorarem a sua qualidade de vida, através de um sistema justo. Que haja um sistema educativo que garanta que as gerações futuras possam trabalhar com um objectivo, não o de serem ricos ou poderosos, mas de tornarem Macau melhor.
- Enumerou características que entende serem importantes no próximo Chefe do Executivo. Vê alguém que se encaixe neste perfil?
L.L.V.T. – Mas este é apenas o meu ângulo! Não é um critério comum definido pelos membros da comissão eleitoral... Talvez não haja um que se encaixe a 100 por cento, mas são todos bons alunos, são pessoas talentosas.
- Aqueles possíveis candidatos de que se fala?
L.L.V.T. – Sim. São todos talentosos e sabem que se forem realmente estes os critérios consensuais, serão capazes de se adaptar a eles. Se assim não fosse, não se candidatavam. Temos que ter confiança na sabedoria dos membros da comissão. Todos eles têm as suas perspectivas pessoais e critérios, e é por isso que terão que combinar diferentes interesses da comunidade de Macau. Há algo que é muito importante: o voto deles não é feito só de acordo com a sua vontade, vão votar depois de ouvirem as pessoas. É importante que saibam ouvir e perceber os desejos da população.
- E acredita que o vão fazer?
L.L.V.T. – É bom que o façam.
- Há quem olhe para si como alguém que pode ser muito útil no próximo Governo...
L.L.V.T. – Como lhe disse, sou uma pessoa que às vezes faz e diz coisas ligeiramente fora do enquadramento. Gosto de desafios novos e estou habituado a desempenhar diferentes funções. Estarei disponível para qualquer posição em que possa ser útil a Macau, ou até mesmo para não ter qualquer posição, se for mais útil assim. Isso não muda a minha paixão por Macau.
- É actualmente presidente do Conselho do Ambiente, que está prestes a ser extinto (como aliás defendeu há já bastante tempo) e membro do Conselho Executivo, que conhecerá uma nova composição depois de ser eleito o sucessor de Edmund Ho.
L.L.V.T. – Talvez fique sem qualquer função. Qual é a surpresa? Mas isso não interessa.
- Mas gostaria de continuar a desempenhar funções políticas em Macau.
L.L.V.T. – Claro. Mas a questão é a razão pela qual faço coisas: é porque amo Macau, e não porque goste da posição ou porque estou nela. Comecei a fazer algo por Macau quando ninguém me conhecia nem tinha qualquer função no Governo. As contribuições não devem equivaler a posições. Isto é muito importante. Contribuo com o que posso porque gosto de Macau, do meu país e quero assegurar um futuro melhor para a geração que aí vem. É tão simples quanto isto. Quando um dia morrer, não sei quanto dinheiro posso deixar aos meus filhos, mas definitivamente vou fazer um grande esforço para fazer com que Macau seja melhor, para que possa aqui trabalhar e viver. E isto não é por ser um homem fantástico, é por egoísmo! Aquilo que fizer hoje vai beneficiar os meus filhos. Tudo o que fazemos de bom acaba por regressar para nós. Se não se tem esta mentalidade, corre-se o risco de desistir porque nem sempre as coisas são fáceis.
- Daqui a uns meses, Edmund Ho chega ao fim de dez anos à frente do Governo da RAEM. Como é que vai recordar o seu amigo enquanto Chefe do Executivo? E como entende que deve ser lembrado?
L.L.V.T. – Ele não é apenas um bom amigo, é também um bom professor. Aprendi muito com ele. E aquilo que mais me impressionou do que aprendi foi que ele faz tudo o que pode por Macau, não é para seu benefício. Depois, há algo que quero aprender, mas que ainda não consegui: ele não se queixa. É muito importante. Teve bons dias e maus dias, mas continua a ser forte, a não desistir e a não se queixar. Olhe para a rosto dele, para o cabelo dele – ele contribuiu muito para Macau e nunca disse ‘porque é que não me compreendem, faço o meu melhor, há coisas que não posso evitar, também cometo erros, mas sou um ser humano!’. Mas ele nunca fez isso, nunca mostrou má cara em público. Compreendeu que tem uma missão para cumprir e uma tarefa para concluir, sendo que este trabalho é para o benefício de toda a comunidade de Macau. E fá-lo com um sorriso na cara.
Suíços insistiram na presença do campeão asiático
Hóquei aceita convite para Montreux
A Associação de Patinagem tinha dito que não, pelo desequilíbrio entre as equipas participantes. Mas perante a insistência dos suíços, aceitou mesmo disputar a prestigiada prova da Páscoa. Serão sete selecções e o clube da casa. Treinador Alberto Lisboa já escolheu o plantel para a viagem.
Vitor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net
É uma nova página na história do famoso Torneio de Montreux em hóquei em patins, que já se realiza há cinquenta anos. Sempre com as melhores selecções do mundo.
Nunca o continente asiático esteve representado, apesar de muitas “pressões” feitas por António Aguiar, principalmente quando desempenhava cargos internacionais na modalidade.
“Tanto eu insisti e batalhei que eles aceitaram finalmente incluir Macau no torneio”, disse Aguiar ao PONTO FINAL, ele que é actualmente presidente da Associação de Patinagem do território.
E terá sido por causa dos muitos amigos que Aguiar tem na família do hóquei e pelos seus inúmeros contactos, que se concretizou este convite formal.
“Um dos principais responsáveis pela prova telefonou-me a mostrar todo o interesse em ter este ano Macau na lista dos participantes. Na altura coloquei várias reticências, isto porque há uma diferença grande de potencial entre as equipas e porque tínhamos outro convite para a mesma altura, o Torneio da Páscoa, na Austrália (Abril). Disse que iríamos debater a questão em reunião da direcção, mas que em princípio não estaríamos lá. Agora voltaram à carga e ontem mesmo enviei um email para a Suíça a dizer que contassem connosco.”
O torneio vai decorrer entre os dias 10 e 13 de Abril.
Cardinho na selecção
A comitiva de Macau, cujos jogadores já foram escolhidos, deverá integrar António Aguiar, uma vez que foi ele que tornou possível a concretização da presença, isto apesar de ainda faltar a confirmação da verba para a deslocação à Europa, pedida ao Instituto de Desporto e contemplada já no plano anual entregue no inicio deste ano de 2009.
A organização do Torneio de Montreux paga tudo a Macau a partir do momento em que a selecção aterrar na Suíça, alojamento e alimentação.
Relativamente ao desnível dos resultados, que certamente acontecerão, aquele dirigente associativo refere que “são inevitáveis, mas isto vai dar-nos uma maior experiência internacional e estou convencido que os golos não serão assim tão elevados.”
Para além de Macau, participam na edição cinquenta da competição helvética, as selecções de Portugal, Espanha, Argentina, Suíça, França, Angola e o clube Montreux.
As oito formações serão divididas por dois grupos e os primeiros dois classificados de cada série jogarão as meias-finais, enquanto as restantes equipas disputarão os lugares entre o quinto e o oitavo lugar.
Resultados desnivelados
As dificuldades para Macau são evidentes, uma vez que a diferença de potencial é grande, mesmo sabendo-se que pelo menos as selecções mais cotadas (Portugal, Espanha e Argentina), não costumam apresentar as suas formações principais, mas antes jovens valores sub 21ou sub 23.
No que diz respeito à RAEM, o treinador Alberto Lisboa, que reconhece que o convite só é possível pela influência que António Aguiar ainda tem além-fronteiras, já indicou a lista de atletas para a viagem à Suíça, havendo apenas a dúvida se o guarda-redes Arnaldo Silva se poderá deslocar à Europa naquela altura. De resto, estão escolhidos, Leong Chak Kin ou A Hou (os outros guarda-redes), Helder Ricardo, José Cardinho, Augusto Ramos, Nuno Antunes, Alfredo Almeida, Edgar Rodrigues, Dionísio Luz e Alberto Lisboa, que acumulará, como tem acontecido nos últimos anos, as funções de técnico e jogador de campo.
A principal ausência, relativamente ao Mundial da África do Sul, em 2008, é Ricardo Atraca, a estudar na Austrália. Em contra partida, já José Cardinho poderá representar a selecção, ele que veio de Portugal há uns meses a esta parte.
Ganhar experiência
“Penso que a equipa tem condições para tentar dar uma boa imagem do hóquei em patins asiático, ainda que se saiba que será quase impossível ganhar qualquer jogo”, salientou Alberto Lisboa, para quem “os resultados serão secundários nesta participação em Montreux. Vamos, isso sim, ganhar uma enorme experiência, que nos será útil para os próximos compromissos internacionais. Estar presente numa prova de tão grande prestígio já é uma honra, tanto a nível de selecção como pessoal. Qualquer jogador ambiciona participar na competição que reúne as melhores selecções do mundo.”
Desta feita e ao contrário do que é habitual, a Itália não estará presente.
Alberto Lisboa, que destacou a importância de se tirar o máximo proveito dos jogos na Suíça, vai intensificar a preparação, que aliás já começou em Dezembro. A selecção está a fazer três treinos diários e em Março passará para quatro.
Boa preparação
O objectivo é levar uma equipa muito bem preparada, “apesar das más condições que continuamos a ter por causa do novo piso no Pavilhão do Colégio D. Bosco. Quase todos os treinos que ali efectuamos resultam em lesões para os atletas. O piso é muito lento. Felizmente que em Montreux vamos voltar a actuar num chão em condições.”
Com a confirmação de Macau na Suíça, fica por terra a participação no Torneio da Páscoa na Austrália, agendado para sensivelmente as mesmas datas.
Só depois do regresso da Europa é que a Associação de Patinagem fará disputar as provas internas, tudo apontando para que o D. Bosco volte a ter um campeonato a sério, cujos moldes estão ainda por definir.
Editorial
Crime
A lei do combate à criminalidade informática, cuja necessidade foi salientada recentemente por responsáveis policiais, já passou pelo crivo do Conselho Executivo e foi enviada à Assembleia Legislativa. Trata-se, sem dúvida, de um instrumento importante para aumentar a eficácia das autoridades para fazer frente a um tipo de crime que tem crescido com a mesma rapidez com que a Internet se espalhou pelo mundo.
Os esquemas e artifícios utilizados para ultrapassar sistemas de segurança, roubar códigos de acesso ou convencer os mais incautos a fornecê-los voluntariamente são cada vez mais sofisticados. Descobrir o rasto de quem está na sua origem é uma tarefa complexa e raramente se consegue deitar a mão aos responsáveis.
Aqui por Macau, ao que parece, a taxa de sucesso neste tipo de criminalidade - mesmo sem haver uma lei específica sobre a matéria - é mais do que razoável. Em dois casos recentes, relacionados apenas com meras suspeitas, a polícia rapidamente localizou e deteve os autores de duas mensagens colocadas em fóruns de discussão da Internet e alegadamente passíveis de constituir crime.
A nova lei terá em consideração, sem dúvida, a necessidade de proteger o direito à privacidade de que qualquer cidadão goza e respeitará a garantia de que a polícia não lhe bate à porta sem um mandado judicial.
Até porque os criminosos informáticos a sério, aqueles que utilizam a Internet para saquear as contas bancárias dos menos cautelosos ou roubar os códigos dos seus cartões de crédito, não deixam mensagens a publicitar a sua actividade.
Paulo Reis
Construção de habitação na Ilha Verde arranca este ano
As obras de construção de habitação pública junto à Ilha Verde vão começar ainda este ano, anunciou ontem o presidente do Instituto de Habitação. Chiang Coc Meng explicou que o Governo chegou a acordo com o concessionário dos terrenos do chamado lote 4 para a edificação de 500 fogos.
Em resposta a uma interpelação do deputado Leong Heng Teng, o mesmo responsável referiu igualmente que antes de 2010 os terrenos dos lotes 1,2 e 3 deverão ser desocupados, de forma a que mais habitações sociais ali possam ser construídas.
O presidente do IH revelou ainda que o Executivo reservou 12 lotes para construção de habitação pública nos terrenos da antiga pedreira de Seac Pai Van, em Coloane. Contudo, uma série de limitações, como a ausência de acessos e instalações básicas, está a atrasar o inicio das obras.
Na resposta à interpelação de Leong Heng Teng, Chiang Coc Meng aproveitou para revelar que, até 31 de Dezembro de 2008, a lista de candidatos ao Plano Provisório de Atribuição de Abono de Residência, destinado a quem aguarda por uma habitação social, era composta por 6.200 famílias. Destas, 2.495 apresentaram boletins de candidatura, dos quais foram despachados 2.341, tendo sido rejeitados 286.
Entretanto, seis agregados familiares desistiram ou cancelaram pessoalmente o abono depois de autorizado, enquanto em 128 pedidos se registaram falta de documentos. Outros 20 aguardam resposta, sublinhou o presidente do IH.
Em relação ao Plano de Arrendamento de Habitação para Famílias de Recém-casados, Chiang Coc Meng considera que se deve continuar a estudá-lo de forma cuidadosa e aprofundada, até porque o assunto tem gerado "uma grande divergência de opiniões. Contudo, frisa aquele responsável, o governo já reservou um terreno, com uma área de 2 200m2, para o planeamento da construção de habitação pública, na rua Francisco Xavier Pereira (antigo quartel de Mong Há) e deverá intensificar a revisão da legislação sobre habitação pública, com o objectivo de reforçar o aproveitamento justo dos recursos.
Lei de combate ao crime informático está pronta
Passaporte "inteligente" chega à RAEM
Os documentos de viagem tradicionais em Macau vão ser substituídos pelos chamados documentos inteligentes. A medida, incluída no projecto de lei do “Regime Jurídico de Documentos de Viagem da RAEM”, foi ontem anunciada no final de uma reunião do Conselho Executivo.
O porta-voz do organismo, Tong Chi Kim, referiu que os novos documentos - passaportes e títulos de viagem - terão um chip electrónico que irá armazenar os dados pessoais dos titulares, no sentido de reforçar a capacidade de combate à falsificação de documentos. Tong Chi Kim explicou ainda que a substituição será efectuada de forma gradual, e que, enquanto estiverem dentro da validade, os documentos antigos poderão continuar a ser utilizados.
O projecto de lei prevê ainda punições criminais para quem danificar ou destruir os novos documentos, bem como para quem subtraia, impeça e prejudique o funcionamento das entidades emissoras, acrescentou o porta-voz.
No final da reunião de ontem, Tong Chi Kim referiu ainda que o Conselho Executivo concluiu igualmente a apreciação do projecto de lei sobre o combate à criminalidade informática. O porta-voz lembrou que vários países já possuem este tipo de legislação, e que o projecto de lei do governo estipula que os crimes de actos ilícitos de obtenção ou utilização ilegítima de dados informáticos, acesso ilegítimo a sistema informático, fraude entre outras práticas de crime e falsidade informática, possam ser punidos com penas de prisão de um a dez anos, podendo ainda haver um agravamento da pena caso os crimes praticados tenham como alvo os órgãos Executivo, Legislativo e Judicial.
O mesmo responsável revelou que ambos os projectos de lei foram entregues à Assembleia Legislativa para aprovação. Entretanto, o Conselho Executivo também já concluiu a apreciação do regulamento administrativo sobre a orgânica e funcionamento do CCAC.
Casinos de Macau escapam
Wynn corta salários em Las Vegas
O magnata Steve Wynn, com casinos em Las Vegas e Macau, anunciou o corte de vencimentos com redução de horário para os trabalhadores dos Estados Unidos, mas afastou a perspectiva de medidas idênticas em Macau.
“De facto, todos irão fazer um pouco menos de dinheiro mas vão conservar os seus postos de trabalho”, afirmou Steve Wynn numa vídeo-conferência com analistas e investidores.
Steve Wynn explicou também que vai suprimir os bónus de 2009 e que espera poupanças de 75 a 100 milhões de dólares com as medidas agora apresentadas.
Em Dezembro, Steve Wynn abriu o casino Encore de 2.300 milhões de dólares e com 2.000 quartos em Las Vegas, paredes-meias com o Wynn Las Vegas, que abriu há três anos.
Apesar dos cortes em Las Vegas, Steve Wynn recusou qualquer alteração da gestão ou das regalias dos trabalhadores em Macau, sublinhando que “o negócio no território está a um nível que não obriga a cortes”.
Com apenas um casino no território, Steve Wynn tem uma posição consolidada de 2008 no terceiro lugar do 'ranking', com pouco mais de 18 por cento de receitas brutas calculadas em 108,7 milhões de patacas (10,4 milhões de euros).
Já em Janeiro, com receitas brutas de 8,5 milhões de patacas (825 milhões de euros), o Wynn Resorts fechou o mês com uma quota ligeiramente superior a 17 por cento, com um diferencial de cinco pontos percentuais para o segundo lugar da Las Vegas Sands e quase cinco pontos acima do quarto lugar.
Ainda ao longo de 2009, Steve Wynn deverá abrir em Macau o Encore, uma réplica aumentada do actual hotel/casino do território e seguindo a linha do projecto de Las Vegas.
Crise também chegou aos milionários
Fortuna de Stanley Ho diminuiu
O magnata dos casinos de Macau, Stanley Ho, perdeu 89 por cento da sua fortuna em 2008 e tem agora “apenas” mil milhões de dólares sendo o último “bilionário” de Hong Kong na lista da Forbes.
Depois de um quinto lugar na lista do início de 2008 com 9.000 milhões de dólares, a fortuna do magnata dos casinos caiu 89 por cento e vale agora “apenas” mil milhões, correspondentes a um modesto 19º lugar entre os 40 mais ricos da cidade, que continuam a ter como líder Li Ka-Shing, com interesses vários, desde o imobiliário às telecomunicações.
Mesmo assim Li Ka-Shing não escapou à crise e viu a sua fortuna cair metade para um total de 16,2 mil milhões de dólares, mas foi Stanley Ho o mais afectado dos bilionários da cidade.
A família Kwok, que dirige a Sun Hung Kai Properties, manteve a segunda posição, mas perdeu 55 por cento da fortuna para um total de 10,8 mil milhões de dólares.
O terceiro lugar, ocupado por Lee Shau Kee, também registou fortes perdas e é o primeiro da lista com menos de 10.000 milhões, ao registar uma fortuna de nove mil milhões de dólares.
Com uma crise financeira a atingir as grandes fortunas, entrar na lista dos ricos de Hong Kong é agora mais fácil, já que dos mil milhões requeridos em 2008, agora só são precisos 485 milhões de dólares, a fortuna do último rico da Forbes - Patrick Lee - ligado à industria do papel e que encerra a lista.
Empresa americana lança plano de expansão
McDonald's abre mais restaurantes
A cadeia de fast-food McDonald's, uma das empresas que melhor forma tem enfrentado a crise econômica, anunciou que abrirá 175 novos restaurantes na China, criando assim dez mil novos postos de trabalho, de acordo com jornal local "Xin Beijing".
Segundo a empresa, apesar da crise global, a McDonald's decidiu lançar na China aquele que é seu maior plano de expansão já aplicado a um país.
"A medida dará maiores oportunidades de cooperação com a indústria alimentícia chinesa", assinalou o chefe executivo do McDonald's na China, Jeffrey Schwartz, citado pela agência de notícias "Xinhua".
A cadeia, com mais de 1.050 restaurantes em cidades chinesas, também anunciou que reduzirá o preço de vários de seus produtos nos estabelecimentos chineses. Segundo Schwartz, muito deles chegarão a ser mais baratos do que os preços praticados "uma década atrás".
Em 2008, o lucro da McDonald's foi de 80 por cento, superior ao registado em 2007, algo que a firma atribui ao fato de que seus restaurantes sejam vistos como uma alternativa a outros estabelecimentos em tempos de crise econômica.
Na China, o McDonald's enfrenta a dura concorrência do KFC, outra das grandes multinacionais do setor, que abriu o seu primeiro restaurante cinco anos antes (em 1987) e é mais popular entre os consumidores chineses.
Lionel Leong Vai Tac não pensa candidatar-se a Chefe do Executivo mas diz-se disponível para servir Macau
“Ainda não sou um bom político”
Os políticos “sofisticados” não podem ter o coração ao pé da boca e Lionel Leong Vai Tac tem. Por considerar que é um homem “ligeiramente fora do enquadramento”, entende que ainda não reúne as condições necessárias para assumir um cargo de tão grande responsabilidade. Mas não vira as costas a desafios e, promete, desempenhará as funções em que puder ser útil. Ao PONTO FINAL, traça o perfil do líder de que Macau precisa e faz o balanço da sua experiência enquanto delegado à Assembleia Popular Nacional.
Isabel Castro
- Foi eleito para a Assembleia Popular Nacional (APN) há pouco mais de um ano. Como é que tem sido a experiência?
Lionel Leong Vai Tac - Óptima. É também uma grande oportunidade para aprender e para ficar a perceber o sofisticado e desenvolvido sistema do país. Antes de assumir esta responsabilidade, era como um miúdo de um jardim de infância. Não tinha a plena consciência dos diferentes aspectos do nosso país. Mas com esta oportunidade, e logo naqueles dias em que participei pela primeira vez no congresso nacional, pude observar que o sistema, os procedimentos e o protocolo são muito precisos e adequados para um país como este. Todas as reuniões que tivemos, para discutir assuntos como o relatório do primeiro-ministro ou os procedimentos das eleições, são feitas com muita seriedade. Mas o que mais me impressiona é a capacidade de resposta às nossas propostas ou interpelações.
- Sente que existe uma resposta efectiva às opiniões que manifesta?
L.L.V.T. - Dou-lhe um exemplo: três dias depois de enviar uma sugestão sobre a forma científica de se definirem políticas - defendi que não basta haver soluções científicas, é necessário explicá-las à população e educá-las nesse sentido, para que estas as apoiem – telefonaram-me a perguntar se queriam que fosse enviada a algum departamento específico. Eu disse que não, que não era um caso em concreto, e sim que deveria ser para o conhecimento geral de quem trabalha no Governo. Podiam ter ficado por ali e dar o assunto por arrumado, mas não. Enviaram a sugestão para todos os departamentos governamentais, a todos os níveis. Fiquei realmente impressionado com isto.
- E surpreendido?
L.L.V.T. – Claro! Resposta rápida e não apenas durante o tempo em que se participa no congresso. Respondem por escrito às sugestões e por vezes as respostas são mais compridas do que as interpelações – vê-se que estudaram a questão, com muitos pormenores, e são áreas específicas, como a diversificação dos sistemas de energia, que foi o tema de uma das minhas sugestões. Não enviam uma resposta padrão a agradecer. A resposta é muito positiva. Antes de ser delegado à APN não sabia que o nosso país era tão sofisticado neste aspecto. Respondem a milhares de sugestões por ano, têm equipas competentes para o fazer e a resposta é dada por quem tem competências, a nível provincial ou nacional.
- Depois deste ano de experiência, e atendendo a que foi o grande vencedor das eleições em Macau para a APN, vê-se a si próprio como um político diferente do que era?
L.L.V.T. – Estou diferente, sim – mais maduro, e isto porque sei que sou um bom aluno, aprendo rápido. E aprendo muitas coisas, não só aquelas que são boas para mim, mas também tudo o que seja benéfico para a comunidade. O que faz com que esteja diferente é que, antes, achava que havia coisas que eram apenas ilusões e slogans na política, mas agora sei que quando se trabalha com seriedade e a pensar no benefício das pessoas, haverá uma resposta positiva, pode-se fazer com que as coisas aconteçam.
- Que retrato que faz de si próprio enquanto político?
L.L.V.T. – Não quero utilizar a palavra ‘ingénuo’, mas continuo a ser um rapaz demasiado cheio de paixões. Ainda acredito e adoro a sensação de ver as coisas a acontecer, as soluções a aparecer. Incomoda-me assistir a algo mau para a comunidade, que todos os esforços sejam feitos e que, mesmo assim, o problema não se resolva. Mas depois deste ano de experiência, aprendi que, se não se pode resolver o problema este ano, devemos insistir e acreditar que para o próximo será possível.
- Quer então dizer que aprendeu a ter mais paciência?
L.L.V.T. – Mais paciência, definitivamente, mas não menos paixão. Continuo com o meu coração a bater com força e a ter o sangue quente. O meu fogo continua a arder porque este ano de experiência deu-me uma motivação muito grande para trabalhar. Ter tido a maior votação é, claro está, uma grande pressão.
- Mas é um voto de confiança, tendo em conta que pertence a uma nova geração de políticos.
L.L.V.T. – É um voto de confiança e, por ser novo, sei que tenho que fazer mais, que trabalhar mais arduamente de modo a dar uma resposta positiva à bênção da comissão eleitoral e, muito importante, às necessidade da população de Macau. É muito diferente do que era antes. Às vezes pensava que, tendo já dado o meu melhor, não podia fazer mais nada para resolver os problemas. Agora penso que não basta darmos o nosso melhor – se o meu melhor não for o suficiente, tenho então que melhorar as minhas capacidades.
– Quando Xi Jiping esteve em Macau, o Ou Mun falou de si como um dos possíveis candidatos a Chefe do Executivo, uma hipótese de que se começou a falar quando venceu as eleições para a APN...
L.L.V.T. – Esteve alguém a contar o tempo do nosso aperto de mão? (risos)
- Disseram que parecia o anfitrião da recepção. Considera a possibilidade de uma candidatura a Chefe do Executivo?
L.L.V.T. – Assumo todas as responsabilidades para poder ser útil a Macau mas, para lhe dizer a verdade, nunca tive em mente candidatar-me a Chefe do Executivo. Sei que ainda tenho que trabalhar com muito afinco nas minhas actuais funções, no Conselho Executivo e na APN. Como disse, estarei disponível para aquilo que Macau precisar de mim, mas não necessariamente na Administração, pode ser em qualquer função. Eu sou de Macau – nasci em Macau, fui educado em Macau e o meu coração bate por Macau. Só quer ver o melhor por Macau, é isso! Há muitos candidatos fortes a Chefe do Executivo.
- Mas nenhum deles parece ser perfeito.
L.L.V.T. – Ninguém é perfeito.
- Edmund Ho era perfeito, na altura.
L.L.V.T. – Na altura sim, mas também teve que aprender durante os seus mandatos.
- Mas era um candidato natural e agora não há nenhum.
L.L.V.T. – Isso é verdade. Todos os candidatos têm vantagens e desvantagens, não há dúvida. Eu não sou um bom político, com toda a sinceridade.
- Não é ou ainda não é?
L.L.V.T. – Por enquanto, acho que ainda não sou um bom político. Sou demasiado apaixonado. Quando vejo algo que não é bom, sou muito ansioso, muito insistente. Quando vejo algo bom, não consigo esconder a minha cara sorridente. Para se ser um político muito sofisticado, falar com o coração pode ser muito perigoso. Sou uma pessoa muito directa: toda a gente sabe do que gosto e do que não gosto, se quero ir atrás disto ou não. Estudei no Canadá durante a escola secundária e a universidade, tenho um estilo mais ocidental, a minha cara diz tudo. As pessoas dizem que estou sempre a brincar com toda a gente. Adoro comunicar com diferentes tipos de pessoas.
- Mas não acha que essa deve ser uma característica dos políticos? Porque é que têm que estar sempre tão distantes da população?
L.L.V.T. – Na realidade, eu acho que esta é a minha vantagem. Eu sou uma pessoa do povo. Algumas pessoas dizem que Macau precisa do líder dos líderes, eu não concordo. Depois de todos estes anos de abertura, a população de Macau já percebeu quais são as suas capacidades, as suas funções - algumas coisas podemos fazer, outras não. E sabemos que temos que trabalhar para melhorar. Por isso, no futuro, Macau precisa de um líder político que perceba as necessidades vulgares e simples das pessoas.
- É essa então a sua vantagem?
L.L.V.T. – Não é uma vantagem que me seja exclusiva. Penso que tenho essa capacidade porque tive uma infância muito complicada, muito humilde. O meu pai era funcionário público e em 1967 saiu da Administração e passou a ser veterinário. Éramos pobres, tivemos uma criação de galinhas e eu ia vendê-las aos mercados antes de ir para a escola. Depois, a economia familiar melhorou, fui para o Canadá e com apenas 20 anos já estava licenciado e tinha sido aceite no mestrado. Mas o negócio da minha família entrou em falência e tive que voltar. Fui operário numa fábrica, ganhava 1200 patacas por mês, apesar de ser formado em Ciências da Computação e Matemática, mas na altura não havia aqui computadores, estávamos em 1983. Ou seja, já passei por tudo isto e faço o meu melhor para perceber todos os papéis importantes da comunidade. Quando falo em papel importante, não me refiro a liderança - todas as pessoas têm um papel importante na comunidade, desde que tentem o seu melhor, obedeçam à lei e trabalhem arduamente por elas e pelas gerações futuras.
- Parece que Pequim ainda não decidiu – pelo menos, não há indicações nesse sentido – qual o candidato que estará disposto a apoiar. É do conhecimento geral que tem uma boa posição junto das autoridades centrais. Se Pequim demonstrar vontade em que avance para uma candidatura, está disposto a fazê-lo?
L.L.V.T. – Em primeiro lugar, o Chefe do Executivo é eleito pelos membros do colégio eleitoral. Só a 26 de Abril é que temos as eleições para este colégio, mas acredito que todos aqueles que vão ser seleccionados têm a sabedoria para fazerem a sua escolha. Talvez a bênção de Pequim seja um dos aspectos a considerar, mas muito mais importante é que este candidato seja alguém que possa trabalhar com Macau, com todos os grupos e pessoas de Macau, porque a verdadeira e sincera cooperação é uma base muito importante para a sustentabilidade de Macau. Pequim sabe disto. Os membros da comissão percebem isto. Precisamos de alguém com uma visão global porque abrimos as nossas portas. Ao mesmo tempo, precisamos de alguém com raízes locais e que ganhe o respeito local, não só das pessoas locais mas também, ironicamente, dos investidores estrangeiros que aqui estão. Tem que ser alguém que possa comunicar com os funcionários públicos, porque são o mecanismo mais importante para que o Governo funcione de acordo com as necessidades da população. Há muitos critérios a ter em consideração. Mas serão todos tendo em conta algo muito importante: se este homem consegue organizar uma boa equipa para que se chegue a acordo em relação a um objectivo comum. Deve ser alguém com charme político para motivar a sua equipa a trabalhar com um objectivo comum para Macau. Acho que, neste momento, depois do que passamos nos últimos anos, as pessoas de Macau querem ter a certeza de que há justiça e oportunidades para melhorarem a sua qualidade de vida, através de um sistema justo. Que haja um sistema educativo que garanta que as gerações futuras possam trabalhar com um objectivo, não o de serem ricos ou poderosos, mas de tornarem Macau melhor.
- Enumerou características que entende serem importantes no próximo Chefe do Executivo. Vê alguém que se encaixe neste perfil?
L.L.V.T. – Mas este é apenas o meu ângulo! Não é um critério comum definido pelos membros da comissão eleitoral... Talvez não haja um que se encaixe a 100 por cento, mas são todos bons alunos, são pessoas talentosas.
- Aqueles possíveis candidatos de que se fala?
L.L.V.T. – Sim. São todos talentosos e sabem que se forem realmente estes os critérios consensuais, serão capazes de se adaptar a eles. Se assim não fosse, não se candidatavam. Temos que ter confiança na sabedoria dos membros da comissão. Todos eles têm as suas perspectivas pessoais e critérios, e é por isso que terão que combinar diferentes interesses da comunidade de Macau. Há algo que é muito importante: o voto deles não é feito só de acordo com a sua vontade, vão votar depois de ouvirem as pessoas. É importante que saibam ouvir e perceber os desejos da população.
- E acredita que o vão fazer?
L.L.V.T. – É bom que o façam.
- Há quem olhe para si como alguém que pode ser muito útil no próximo Governo...
L.L.V.T. – Como lhe disse, sou uma pessoa que às vezes faz e diz coisas ligeiramente fora do enquadramento. Gosto de desafios novos e estou habituado a desempenhar diferentes funções. Estarei disponível para qualquer posição em que possa ser útil a Macau, ou até mesmo para não ter qualquer posição, se for mais útil assim. Isso não muda a minha paixão por Macau.
- É actualmente presidente do Conselho do Ambiente, que está prestes a ser extinto (como aliás defendeu há já bastante tempo) e membro do Conselho Executivo, que conhecerá uma nova composição depois de ser eleito o sucessor de Edmund Ho.
L.L.V.T. – Talvez fique sem qualquer função. Qual é a surpresa? Mas isso não interessa.
- Mas gostaria de continuar a desempenhar funções políticas em Macau.
L.L.V.T. – Claro. Mas a questão é a razão pela qual faço coisas: é porque amo Macau, e não porque goste da posição ou porque estou nela. Comecei a fazer algo por Macau quando ninguém me conhecia nem tinha qualquer função no Governo. As contribuições não devem equivaler a posições. Isto é muito importante. Contribuo com o que posso porque gosto de Macau, do meu país e quero assegurar um futuro melhor para a geração que aí vem. É tão simples quanto isto. Quando um dia morrer, não sei quanto dinheiro posso deixar aos meus filhos, mas definitivamente vou fazer um grande esforço para fazer com que Macau seja melhor, para que possa aqui trabalhar e viver. E isto não é por ser um homem fantástico, é por egoísmo! Aquilo que fizer hoje vai beneficiar os meus filhos. Tudo o que fazemos de bom acaba por regressar para nós. Se não se tem esta mentalidade, corre-se o risco de desistir porque nem sempre as coisas são fáceis.
- Daqui a uns meses, Edmund Ho chega ao fim de dez anos à frente do Governo da RAEM. Como é que vai recordar o seu amigo enquanto Chefe do Executivo? E como entende que deve ser lembrado?
L.L.V.T. – Ele não é apenas um bom amigo, é também um bom professor. Aprendi muito com ele. E aquilo que mais me impressionou do que aprendi foi que ele faz tudo o que pode por Macau, não é para seu benefício. Depois, há algo que quero aprender, mas que ainda não consegui: ele não se queixa. É muito importante. Teve bons dias e maus dias, mas continua a ser forte, a não desistir e a não se queixar. Olhe para a rosto dele, para o cabelo dele – ele contribuiu muito para Macau e nunca disse ‘porque é que não me compreendem, faço o meu melhor, há coisas que não posso evitar, também cometo erros, mas sou um ser humano!’. Mas ele nunca fez isso, nunca mostrou má cara em público. Compreendeu que tem uma missão para cumprir e uma tarefa para concluir, sendo que este trabalho é para o benefício de toda a comunidade de Macau. E fá-lo com um sorriso na cara.
Suíços insistiram na presença do campeão asiático
Hóquei aceita convite para Montreux
A Associação de Patinagem tinha dito que não, pelo desequilíbrio entre as equipas participantes. Mas perante a insistência dos suíços, aceitou mesmo disputar a prestigiada prova da Páscoa. Serão sete selecções e o clube da casa. Treinador Alberto Lisboa já escolheu o plantel para a viagem.
Vitor Rebelo
rebelo20@macau.ctm.net
É uma nova página na história do famoso Torneio de Montreux em hóquei em patins, que já se realiza há cinquenta anos. Sempre com as melhores selecções do mundo.
Nunca o continente asiático esteve representado, apesar de muitas “pressões” feitas por António Aguiar, principalmente quando desempenhava cargos internacionais na modalidade.
“Tanto eu insisti e batalhei que eles aceitaram finalmente incluir Macau no torneio”, disse Aguiar ao PONTO FINAL, ele que é actualmente presidente da Associação de Patinagem do território.
E terá sido por causa dos muitos amigos que Aguiar tem na família do hóquei e pelos seus inúmeros contactos, que se concretizou este convite formal.
“Um dos principais responsáveis pela prova telefonou-me a mostrar todo o interesse em ter este ano Macau na lista dos participantes. Na altura coloquei várias reticências, isto porque há uma diferença grande de potencial entre as equipas e porque tínhamos outro convite para a mesma altura, o Torneio da Páscoa, na Austrália (Abril). Disse que iríamos debater a questão em reunião da direcção, mas que em princípio não estaríamos lá. Agora voltaram à carga e ontem mesmo enviei um email para a Suíça a dizer que contassem connosco.”
O torneio vai decorrer entre os dias 10 e 13 de Abril.
Cardinho na selecção
A comitiva de Macau, cujos jogadores já foram escolhidos, deverá integrar António Aguiar, uma vez que foi ele que tornou possível a concretização da presença, isto apesar de ainda faltar a confirmação da verba para a deslocação à Europa, pedida ao Instituto de Desporto e contemplada já no plano anual entregue no inicio deste ano de 2009.
A organização do Torneio de Montreux paga tudo a Macau a partir do momento em que a selecção aterrar na Suíça, alojamento e alimentação.
Relativamente ao desnível dos resultados, que certamente acontecerão, aquele dirigente associativo refere que “são inevitáveis, mas isto vai dar-nos uma maior experiência internacional e estou convencido que os golos não serão assim tão elevados.”
Para além de Macau, participam na edição cinquenta da competição helvética, as selecções de Portugal, Espanha, Argentina, Suíça, França, Angola e o clube Montreux.
As oito formações serão divididas por dois grupos e os primeiros dois classificados de cada série jogarão as meias-finais, enquanto as restantes equipas disputarão os lugares entre o quinto e o oitavo lugar.
Resultados desnivelados
As dificuldades para Macau são evidentes, uma vez que a diferença de potencial é grande, mesmo sabendo-se que pelo menos as selecções mais cotadas (Portugal, Espanha e Argentina), não costumam apresentar as suas formações principais, mas antes jovens valores sub 21ou sub 23.
No que diz respeito à RAEM, o treinador Alberto Lisboa, que reconhece que o convite só é possível pela influência que António Aguiar ainda tem além-fronteiras, já indicou a lista de atletas para a viagem à Suíça, havendo apenas a dúvida se o guarda-redes Arnaldo Silva se poderá deslocar à Europa naquela altura. De resto, estão escolhidos, Leong Chak Kin ou A Hou (os outros guarda-redes), Helder Ricardo, José Cardinho, Augusto Ramos, Nuno Antunes, Alfredo Almeida, Edgar Rodrigues, Dionísio Luz e Alberto Lisboa, que acumulará, como tem acontecido nos últimos anos, as funções de técnico e jogador de campo.
A principal ausência, relativamente ao Mundial da África do Sul, em 2008, é Ricardo Atraca, a estudar na Austrália. Em contra partida, já José Cardinho poderá representar a selecção, ele que veio de Portugal há uns meses a esta parte.
Ganhar experiência
“Penso que a equipa tem condições para tentar dar uma boa imagem do hóquei em patins asiático, ainda que se saiba que será quase impossível ganhar qualquer jogo”, salientou Alberto Lisboa, para quem “os resultados serão secundários nesta participação em Montreux. Vamos, isso sim, ganhar uma enorme experiência, que nos será útil para os próximos compromissos internacionais. Estar presente numa prova de tão grande prestígio já é uma honra, tanto a nível de selecção como pessoal. Qualquer jogador ambiciona participar na competição que reúne as melhores selecções do mundo.”
Desta feita e ao contrário do que é habitual, a Itália não estará presente.
Alberto Lisboa, que destacou a importância de se tirar o máximo proveito dos jogos na Suíça, vai intensificar a preparação, que aliás já começou em Dezembro. A selecção está a fazer três treinos diários e em Março passará para quatro.
Boa preparação
O objectivo é levar uma equipa muito bem preparada, “apesar das más condições que continuamos a ter por causa do novo piso no Pavilhão do Colégio D. Bosco. Quase todos os treinos que ali efectuamos resultam em lesões para os atletas. O piso é muito lento. Felizmente que em Montreux vamos voltar a actuar num chão em condições.”
Com a confirmação de Macau na Suíça, fica por terra a participação no Torneio da Páscoa na Austrália, agendado para sensivelmente as mesmas datas.
Só depois do regresso da Europa é que a Associação de Patinagem fará disputar as provas internas, tudo apontando para que o D. Bosco volte a ter um campeonato a sério, cujos moldes estão ainda por definir.
Editorial
Crime
A lei do combate à criminalidade informática, cuja necessidade foi salientada recentemente por responsáveis policiais, já passou pelo crivo do Conselho Executivo e foi enviada à Assembleia Legislativa. Trata-se, sem dúvida, de um instrumento importante para aumentar a eficácia das autoridades para fazer frente a um tipo de crime que tem crescido com a mesma rapidez com que a Internet se espalhou pelo mundo.
Os esquemas e artifícios utilizados para ultrapassar sistemas de segurança, roubar códigos de acesso ou convencer os mais incautos a fornecê-los voluntariamente são cada vez mais sofisticados. Descobrir o rasto de quem está na sua origem é uma tarefa complexa e raramente se consegue deitar a mão aos responsáveis.
Aqui por Macau, ao que parece, a taxa de sucesso neste tipo de criminalidade - mesmo sem haver uma lei específica sobre a matéria - é mais do que razoável. Em dois casos recentes, relacionados apenas com meras suspeitas, a polícia rapidamente localizou e deteve os autores de duas mensagens colocadas em fóruns de discussão da Internet e alegadamente passíveis de constituir crime.
A nova lei terá em consideração, sem dúvida, a necessidade de proteger o direito à privacidade de que qualquer cidadão goza e respeitará a garantia de que a polícia não lhe bate à porta sem um mandado judicial.
Até porque os criminosos informáticos a sério, aqueles que utilizam a Internet para saquear as contas bancárias dos menos cautelosos ou roubar os códigos dos seus cartões de crédito, não deixam mensagens a publicitar a sua actividade.
Paulo Reis