10.09.2008

Centenas de manifestantes exigiram devolução do dinheiro investido no Lehman Brothers

Confrontos à porta de banco de Hong Kong

Centenas de manifestantes envolveram-se, ontem, em confrontos com a polÍcia junto à sede do Banco da China, em Hong Kong. Os manifestantes exigiam ser ressarcidos de investimentos relacionados com o banco norte-americano Lehman Brothers.
De acordo com testemunhas no local, o início das escaramuças deu-se quando a multidão em fúria tentou ultrapassar as barricadas policiais.
Segundo relatos da AFP, os manifestantes dirigiram-se, ainda, para as sedes dos principais bancos da cidade, onde, empunhando cartazes e gritando palavras de ordem, se queixaram de não terem sido alertados para os riscos envolventes pelos bancos que lhes venderam os chamados "mini-bonds".
Um manifestante revelou ter perdido todas as suas poupanças - 2,5 milhões de dólares de HK - e acusou o seu consultor financeiro de lhe ter dito que este tipo de investimentos não acarretava qualquer risco. "Afirmaram-me que seria impossível um banco com um história de 158 anos ruir", acusou uma outra manifestante, que afirmou ter perdido 6 milhões dólares de HK.
Logo pela manhã, estes mesmos protestos já tinham sido ouvidos junto à Assembleia Legislativa da RAEHK, onde o grupo se reuniu inicialmente. Perante as exigências dos manifestantes, os deputados prometeram fazer "tudo o que estiver ao seu alcance" para pressionar o governo a tomar medidas mais agressivas contra os bancos.

Autoridade Monetária apela à calma

Após o encontro com os deputados, os manifestantes dividiram-se em vários grupos, marchando em direcção aos seus próprios bancos, voltando-se a reunir junto à sede da Autoridade Monetária (HKMA), onde o responsável máximo deste organismo apelou à calma.
"À medida que a crise financeira atinge uma escala global, todos, seja a Imprensa, os investidores, o governo ou os partidos políticos, devem manter a calma e ser mais justos e objectivos. Não entrem em pânico", pediu Joseph Yam.
O presidente da HKMA acrescentou ainda que a estabilidade financeira da ex-colónia britânica "não se alcançará facilmente."
Entretanto, uma fonte ligada ao Banco da China no território vizinho revelou à AFP que a instituição irá adoptar uma postura pró-activa em relação à proposta que o executivo da RAEHK apresentou no inicio da semana.
"Iremos estudar essa proposta, mas já disponibilizámos um balcão, numa das nossas dependências, onde os investidores poderão expôr os seus casos", adiantou a mesma fonte.
Na passada segunda-feira, o governo liderado Donald Tsang sugerira à banca que readquirisse os títulos de investimentos pelo valor de mercado - qualquer coisa como 12,7 mil milhões de dólares em "mini-bonds".
Contudo, esta proposta não acalmou os investidores que argumentam que o preço estimado para os "mini-bonds" é, agora, muito inferior ao valor pelo qual foram comprados.

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