10.09.2008

PCP chinês prepara reforma agrícola radical

A terra a quem a trabalha

Os camponeses chineses vão poder vender, alugar ou hipotecar os direitos sobre as terras que lhes estão distribuídas, no âmbito de uma "reforma radical" da propriedade agrícola, anunciou a imprensa oficial em Pequim.
A reforma, apresentada como "a chave para a China entrar numa nova fase de desenvolvimento", dominará a agenda do plenário do Comité Central do Partido Comunista Chinês que começa hoje, na capital chinesa.
Peritos em questões agrícolas citados por jornais chineses, incluindo na versão «on-line do Diário do Povo, o órgão central do PCC, defendem que o governo deve "tornar mais livre a gestão e a transferência dos direitos dos camponeses e libertar as famílias rurais dos laços que as prendem à terra".
Segundo argumentam, a anunciada mudança "acelerará o processo de urbanização do país" e contribuirá para "revitalizar a economia rural".
Não se trata de consagrar a propriedade privada da terra, uma ideia ainda tabu na China, mas, a concretizarem-se, as mudanças irão "alargar e estabilizar" os direitos adquiridos desde o início da política de "reforma e abertura", há 30 anos.
Naquela altura, os camponeses foram autorizados a estabelecer um contrato de responsabilidade com o Estado que lhes permite cultivar o que desejam e não o que o governo determina, como acontecia anteriormente, no tempo da "planificação central socialista".
Contudo, o Estado era sempre o proprietário da terra e a qualquer momento podia vender os direitos do seu uso a promotores imobiliários ou a empresas industrias.
Mais de metade dos 1.300 milhões de chineses continua a viver nas zonas rurais e nos últimos anos o fosso entre os camponeses e a população urbana acentuou-se.
Em 2007, o rendimento anual per capita nas zonas rurais, estimado em 4.140 yuan (414 euros), não chegou a um terço do valor apurado nas áreas urbanas.
O Comité Central do PCC, composto por 204 membros efectivos e 167 suplentes, reúne duas vezes por ano. É o principal órgão de direcção política da China entre os congressos do partido comunista, que se realizam de cinco em cinco anos.
A próxima sessão plenária - a primeira depois dos Jogos Olímpicos de Pequim - decorrerá até domingo.

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