Momentos
Em qualquer debate, há regras a respeitar. As fundamentais, estão estabelecidas na lei e colocam limites ao que se pode dizer de um adversário ou de quem discorde de nós. São regras bastante claras, que definem os termos de uma discussão pública, em qualquer matéria.
Mas o momento que se escolhe para abordar uma questão ou levantar um assunto de interesse público é algo que a própria sociedade regula. Se a questão interessa, tem resposta. Se não é momento adequado ou se o assunto não está nas preocupações do cidadão, o debate morre aí.
A melhor forma de se avaliar o peso que uma questão tem, para a sociedade, é colocar essa mesma questão na chamada praça pública.
Haverá quem discorde, não só da questão em si, mas também do momento. Nada de mais legítimo, desde que essa discordância seja factual, clara e explícita, quer sobre o assunto, quer sobre a sua lógica temporal.
Deixar nas entrelinhas suspeitas sobre intenções algo obscuras mas classificadas como reprováveis, quando alguém aborda um assunto, publicamente, é levar o debate para uma área complicada.
Num raciocínio levado ao absurdo, isso obrigaria a definir uma espécie de "calendário", onde fossem assinalados os períodos de tempo em que a abordagem de um determinado assunto seria considerada legítima e destituída de objectivos maquiavélicos.
Não respeitar esse momentos seria qualquer coisa a roçar a ilegalidade, retirando o direito à discussão e ao debate. Não me parece que esta hipótese, mesmo encarada como uma simples ginástica mental, venha trazer algo de positivo para Macau.
É um facto que pode ser incómodo, para um responsável governamental, estar a falar-se no seu sucessor, quando esse responsável ainda tem bastantes meses de governação pela frente.
Mas perante a inevitabilidade da sua sucessão, argumentar que o momento não é próprio, deixa no ar uma questão complicada: quem dá o tiro de partida e "autoriza" que se comece a discutir o perfil e as hipóteses de nomes, em relação ao próximo Chefe do Executivo?
Paulo Reis
Em qualquer debate, há regras a respeitar. As fundamentais, estão estabelecidas na lei e colocam limites ao que se pode dizer de um adversário ou de quem discorde de nós. São regras bastante claras, que definem os termos de uma discussão pública, em qualquer matéria.
Mas o momento que se escolhe para abordar uma questão ou levantar um assunto de interesse público é algo que a própria sociedade regula. Se a questão interessa, tem resposta. Se não é momento adequado ou se o assunto não está nas preocupações do cidadão, o debate morre aí.
A melhor forma de se avaliar o peso que uma questão tem, para a sociedade, é colocar essa mesma questão na chamada praça pública.
Haverá quem discorde, não só da questão em si, mas também do momento. Nada de mais legítimo, desde que essa discordância seja factual, clara e explícita, quer sobre o assunto, quer sobre a sua lógica temporal.
Deixar nas entrelinhas suspeitas sobre intenções algo obscuras mas classificadas como reprováveis, quando alguém aborda um assunto, publicamente, é levar o debate para uma área complicada.
Num raciocínio levado ao absurdo, isso obrigaria a definir uma espécie de "calendário", onde fossem assinalados os períodos de tempo em que a abordagem de um determinado assunto seria considerada legítima e destituída de objectivos maquiavélicos.
Não respeitar esse momentos seria qualquer coisa a roçar a ilegalidade, retirando o direito à discussão e ao debate. Não me parece que esta hipótese, mesmo encarada como uma simples ginástica mental, venha trazer algo de positivo para Macau.
É um facto que pode ser incómodo, para um responsável governamental, estar a falar-se no seu sucessor, quando esse responsável ainda tem bastantes meses de governação pela frente.
Mas perante a inevitabilidade da sua sucessão, argumentar que o momento não é próprio, deixa no ar uma questão complicada: quem dá o tiro de partida e "autoriza" que se comece a discutir o perfil e as hipóteses de nomes, em relação ao próximo Chefe do Executivo?
Paulo Reis