IDM quer barcos fora do Clube Naval
O Instituto de Desporto decidiu fazer por obras de reparação no ancoradouro de Cheok Van e deu um prazo de 15 dias para a remoção das embarcações ali recolhidas. Os proprietários queixam-se de não terem sido ouvidos e de não lhes ter sido disponibilizado outro local para guardarem os seus barcos.
Rui Cid
Apesar de ter passado pelo território há mais de 15 dias, as ondas devastadoras do Hagupit ainda se fazem sentir. Na noite de 23 para 24 de Setembro, o mais forte tufão a atingir Macau nos últimos 15 anos deixou um rasto de destruição em vários pontos da cidade, estendendo-se, igualmente às ilhas. Em Coloane, na praia de Cheok Van, o Clube Náutico quase sucumbiu à fúria dos ventos. Várias embarcações ali guardadas foram engolidas pela subida do nível das águas. Umas sofreram danos profundos, outras perderam-se para sempre.
Atendendo aos estragos provocados nas instalações do Clube Náutico de Cheok Van (CNCV), o IDM decidiu encerrar o clube e avançar com obras de recuperação. Uma decisão que os proprietários das embarcações ali sedeadas aplaudem. O problema, dizem, está na forma como o Instituto está a conduzir o processo.
Numa notificação datada de 27 de Setembro, dirigida a todos os proprietários e a que o PONTO FINAL teve acesso, o IDM solicitava a todos os utentes do CNCV que procedessem à remoção de todas as suas embarcações dentro de 15 dias, a contar da data de recepção. Findo esse prazo, prossegue a carta, "as embarcações que permaneçam no local serão removidas, no estado em que se encontram, pelo Instituto de Desporto, para local a definir."
É este ultimato que os proprietários contestam e disso mesmo deram conta ao IDM, através de carta registada. Ao longo de 4 pontos, um grupo de 38 proprietários explica porque não aceita a "posição unilateral" daquele organismo. Para o grupo, o facto de o IDM ter enviado uma notificação para despejo sem, previamente, ter auscultado qualquer proprietário, demonstra, só por si, "má fé e uma atitude pouco conciliadora".
Na carta que o PONTO FINAL teve oportunidade de ler, o grupo avisa não pretende, retirar qualquer embarcação, quer sejam motas de água ou barcos, "a fim de evitar mais danos e prejuízos eventualmente decorrentes da sua deslocação" até que seja disponibilizado um espaço alternativo onde as embarcações possam ficar recolhidas.
IDM não recua
Com o prazo de 15 a terminar na próxima segunda-feira, o IDM não parece estar muito preocupado com esta situação. É isso, pelo menos, o que se depreende das palavras do vice-presidente do Instituto. Contactado pelo PONTO FINAL, José Tavares, foi lacónico: "Se os proprietários não retirarem as embarcações até ao final do prazo estipulado, o IDM tomará esse procedimento pelas próprias mãos", afirmou, recusando-se ainda se a revelar para que local serão os barcos transportados:"Quando o prazo terminar, todos serão informados."
O vice presidente do Instituto manteve o mesmo registo quando, perante aquela resposta, o PONTO FINAL quis saber se o IDM iria disponibilizar um espaço alternativo para os proprietários guardarem as suas embarcações, ou prestar qualquer de qualquer tipo de auxilio caso algum proprietário queira retirar a suas embarcações antes de segunda-feira: "Essa é uma responsabilidade dos proprietários".
Ainda assim, e perante a insistência do nosso jornal, José Tavares afirmou que, ao enviar a notificação, o objectivo do IDM era que os proprietários "se inteirassem do estado das suas embarcações, para, depois, não acusarem o IDM de as ter danificado ainda mais durante o transporte".
Justificando a máxima urgência trabalhos de limpeza e reconstrução das infra-estruturas do CNCV com motivos de higiene e segurança pública, José Tavares adiantou que o IDM irá registar fotograficamente o estado das embarcações, antes de proceder aos transporte."
Luta
Ao PONTO FINAL, um dos proprietários que pediu para não ser identificado, explicou que o grupo ainda acredita poder reunir com IDM - desejo expressado na carta enviada para o instituto - e assim encontrar uma solução que agrade a todas as partes. Caso isso não aconteça, o grupo está preparado para lutar com todas as forças.
"O IDM não tem o direito de remover os barcos sem nossa autorização e só a iremos dar quando tivermos a garantia que irá haver um espaço alternativo e que o nosso direito a ancorar as embarcações no Clube Náutico quando as obras de reconstrução estiverem terminadas, se manterá. Vamos lutar até às últimas consequências."
O Instituto de Desporto decidiu fazer por obras de reparação no ancoradouro de Cheok Van e deu um prazo de 15 dias para a remoção das embarcações ali recolhidas. Os proprietários queixam-se de não terem sido ouvidos e de não lhes ter sido disponibilizado outro local para guardarem os seus barcos.
Rui Cid
Apesar de ter passado pelo território há mais de 15 dias, as ondas devastadoras do Hagupit ainda se fazem sentir. Na noite de 23 para 24 de Setembro, o mais forte tufão a atingir Macau nos últimos 15 anos deixou um rasto de destruição em vários pontos da cidade, estendendo-se, igualmente às ilhas. Em Coloane, na praia de Cheok Van, o Clube Náutico quase sucumbiu à fúria dos ventos. Várias embarcações ali guardadas foram engolidas pela subida do nível das águas. Umas sofreram danos profundos, outras perderam-se para sempre.
Atendendo aos estragos provocados nas instalações do Clube Náutico de Cheok Van (CNCV), o IDM decidiu encerrar o clube e avançar com obras de recuperação. Uma decisão que os proprietários das embarcações ali sedeadas aplaudem. O problema, dizem, está na forma como o Instituto está a conduzir o processo.
Numa notificação datada de 27 de Setembro, dirigida a todos os proprietários e a que o PONTO FINAL teve acesso, o IDM solicitava a todos os utentes do CNCV que procedessem à remoção de todas as suas embarcações dentro de 15 dias, a contar da data de recepção. Findo esse prazo, prossegue a carta, "as embarcações que permaneçam no local serão removidas, no estado em que se encontram, pelo Instituto de Desporto, para local a definir."
É este ultimato que os proprietários contestam e disso mesmo deram conta ao IDM, através de carta registada. Ao longo de 4 pontos, um grupo de 38 proprietários explica porque não aceita a "posição unilateral" daquele organismo. Para o grupo, o facto de o IDM ter enviado uma notificação para despejo sem, previamente, ter auscultado qualquer proprietário, demonstra, só por si, "má fé e uma atitude pouco conciliadora".
Na carta que o PONTO FINAL teve oportunidade de ler, o grupo avisa não pretende, retirar qualquer embarcação, quer sejam motas de água ou barcos, "a fim de evitar mais danos e prejuízos eventualmente decorrentes da sua deslocação" até que seja disponibilizado um espaço alternativo onde as embarcações possam ficar recolhidas.
IDM não recua
Com o prazo de 15 a terminar na próxima segunda-feira, o IDM não parece estar muito preocupado com esta situação. É isso, pelo menos, o que se depreende das palavras do vice-presidente do Instituto. Contactado pelo PONTO FINAL, José Tavares, foi lacónico: "Se os proprietários não retirarem as embarcações até ao final do prazo estipulado, o IDM tomará esse procedimento pelas próprias mãos", afirmou, recusando-se ainda se a revelar para que local serão os barcos transportados:"Quando o prazo terminar, todos serão informados."
O vice presidente do Instituto manteve o mesmo registo quando, perante aquela resposta, o PONTO FINAL quis saber se o IDM iria disponibilizar um espaço alternativo para os proprietários guardarem as suas embarcações, ou prestar qualquer de qualquer tipo de auxilio caso algum proprietário queira retirar a suas embarcações antes de segunda-feira: "Essa é uma responsabilidade dos proprietários".
Ainda assim, e perante a insistência do nosso jornal, José Tavares afirmou que, ao enviar a notificação, o objectivo do IDM era que os proprietários "se inteirassem do estado das suas embarcações, para, depois, não acusarem o IDM de as ter danificado ainda mais durante o transporte".
Justificando a máxima urgência trabalhos de limpeza e reconstrução das infra-estruturas do CNCV com motivos de higiene e segurança pública, José Tavares adiantou que o IDM irá registar fotograficamente o estado das embarcações, antes de proceder aos transporte."
Luta
Ao PONTO FINAL, um dos proprietários que pediu para não ser identificado, explicou que o grupo ainda acredita poder reunir com IDM - desejo expressado na carta enviada para o instituto - e assim encontrar uma solução que agrade a todas as partes. Caso isso não aconteça, o grupo está preparado para lutar com todas as forças.
"O IDM não tem o direito de remover os barcos sem nossa autorização e só a iremos dar quando tivermos a garantia que irá haver um espaço alternativo e que o nosso direito a ancorar as embarcações no Clube Náutico quando as obras de reconstrução estiverem terminadas, se manterá. Vamos lutar até às últimas consequências."