12.02.2008

Autoridades chinesas confirmam execução

Cientista acusado de espionagem foi fuzilado

As autoridades chinesas executaram na sexta-feira um cientista acusado de espionagem em proveito de Taiwan, um acto condenado sem demora pelos Estados e União Europeia (UE).
A execução de Wo Weihan, um chinês de 59 anos, foi anunciada à agência France Press (AFP) pela sua filha, Ran Chen, cidadã austríaca casada com um norte-americano.
"Estamos chocados, tristes, desapontados e indignados", reagiu Chen numa declaração transmitida por correio electrónico. "O meu pai foi executado e com ele as nossas esperanças no sistema judicial chinês".
Wo Weihan foi detido em Janeiro de 2005 em Pequim acusado de transmitir a Taipé informações de natureza militar, incluindo cópias de planos de mísseis.
O bioquímico, que sempre reclamou a sua inocência, foi condenado à morte em Maio de 2007 por difusão de segredos de Estado, num processo que, segundo a sua família e algumas ONG, era pouco transparente.
Segundo a filha, o acto de acusação do processo mencionava que Wo Weihan teria alegadamente falado da saúde de altos responsáveis chineses, um acto passível da pena de morte na China.
Ran Chen visitou o seu pai na prisão na quinta-feira, a primeira vez em quatro anos, sem saber que Wo Weihan seria executado no dia seguinte.
A execução foi firmemente condenada pelos Estados Unidos por intermédio do embaixador norte-americano em Pequim. "Estamos profundamente consternados com as informações de que o governo chinês aplicou a pena de morte a Wo Weihan", declarou uma porta-voz da embaixada, Susan Stevenson.
Washington considera que a detenção e o processo de Wo Weihan não responderam às normas internacionais.
A União Europeia condenou igualmente com a maior "firmeza" a execução de Wo Weihan. "(A UE)lamenta profundamente que a China não tenha entendido os repetidos apelos de vários dos seus Estados membros para adiar a execução e comutar a condenação de pena capital a Wo Weihan", disse em comunicado.
A Áustria, onde Wo Weihan viveu de 1990 a 1997, deplorou igualmente a execução, considerando que a acção se trata de um "afronta deliberada" de Pequim às posições defendidas pela UE.
A chefe diplomática chinesa em Viena, Shunqing Wang, foi já convocado a comparecer no Ministério dos Negócios Estrangeiros austríaco, que classificou o comportamento da China como "desumano".
As autoridades chinesas não fizeram hoje qualquer declaração sobre o tema. A China fez saber quinta-feira passada que não concordava com nenhum tratamento favorável ao bioquímico, cuja condenação à morte foi aprovada pelo Supremo Tribunal.

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