12.02.2008

Deputados da Associação Novo Macau Democrático fazem novo apelo à denúncia de ilegais

Correr com eles daqui para fora

Dizem que são a origem de todos os males: por causa dos ilegais é que falta o emprego para a população local e a criminalidade aumenta. Está aberta a guerra política de alguns deputados aos trabalhadores clandestinos. Au Kam San subscreveu ontem uma ideia lançada por Ng Kuok Cheong: há que estimular a denúncia dando recompensas a quem vai à polícia.

Isabel Castro

É a lógica do morador que vigia o vizinho e do trabalhador preocupado com a documentação do colega. Ng Kuok Cheong fez ontem mais um vez o apelo à criação de um mecanismo de denúncias que permita acabar com os trabalhadores sem autorização para estar em Macau.
“Deve ser criado um mecanismo de incentivo para denúncia de ilegais, com um prémio. Ou até sem prémio, mas de modo a que as pessoas possam fornecer informações sem saírem prejudicadas”, defendeu Ng. Au Kam San saiu em defesa da sugestão do colega de bancada. “O que é necessário é que haja eficácia nas denúncias”, afirmou.
A avaliar pela resposta do secretário para a Segurança, os deputados da Associação Novo Macau Democrático não descobriram a pólvora. Acontece que a maioria das acções desencadeadas pelas autoridades policiais têm precisamente a denúncia como factor despoletador. Muitas vezes são anónimas e, grande parte delas, admitiu Cheong Kuok Va, “são fontes não fidedignas”. Ou seja, a polícia sai para a rua e volta para a esquadra sem resultados. O governante prometeu ter maior atenção às fontes antes de lançar as operações, bem como “coordenar com o Comissariado Contra a Corrupção para elevar a taxa de combate desta criminalidade”.
Os trabalhadores ilegais parecem ser a grande preocupação tanto dos deputados da ANDM, como dos oriundos do sector laboral. Ng Kuok Cheong voltou ontem a defender a criação de uma comissão específica para o combate a este fenómeno. “Não acha ridículo ainda não ter sido criado um grupo especializado?”, perguntou, considerando insatisfatórios os resultados das operações, que “danificam a imagem de Macau”.
A grande vantagem deste grupo especializado será poder “actuar de forma independente, sem colaborar com outros serviços, minimizando as fugas de informação e investigando mais facilmente quem as permite”, acrescentou o deputado. Ng deixou ainda uma sugestão relativamente a uma área de trabalho específica: “Deve ser travado diálogo com guias turísticos autorizados para que eles digam onde estão os guias ilegais.” É o trabalhador de olho no documento do colega.
Au Kam San considera que as medidas apresentadas pelo Governo não servem para dar resposta ao problema. “Muitos estrangeiros permanecem cá sem terem nada para fazer”, censurou. Os centros de acolhimento anunciados pelo Executivo (onde os ilegais aguardarão pelo repatriamento) não o convencem.
“O repatriamento para a China é fácil. E as pessoas vindas do Sudeste Asiático? Os custos são mais elevados, há que as levar ao avião, mas é melhor do que os deixar aqui a trabalhar ilegalmente”, afirmou. O problema coloca-se com os africanos. Dizendo não ser racista, o deputado dissertou sobre as dificuldades de enviar indivíduos para outro continente. E sugeriu que os casos sejam entregues ao respectivos consulados. “Essas pessoas poderão até estar interessadas em voltar para casa”, presumiu.
A esta altura do debate, e por já se ter falado muito no assunto, Cheong Kuok Va não deu uma resposta longa ao deputado: “Os estrangeiros são poucos. Peço a Au Kam San que não os confunda com casos provenientes da China.”

Omo lava mais branco

Au Kam Sam demonstrou-se ontem apreensivo com a qualidade do equipamento das polícias e com o facto de as empresas adjudicadas “serem sempre as mesmas”, não obstante as queixas. “Ontem recebi um telefonema de um agente que diz que oitenta por cento das botas ficam destruídas em dois dias de treinos.”
Cheong Kuok Va respondeu à preocupação, mas dando conselhos sobre a roupa: “O equipamento tem que ser lavado, se não fica sujo e com o passar do tempo fica estragado. Na obra social temos lavandaria. Basta ir lá periodicamente com a farda e resolve-se o problema.” E as botas?

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