12.01.2008

Executivo solicitou parecer ao Instituto Cultural

"Bairro militar Mong-Há não estava em zona classificada"

A demolição do antigo quartel de Mong-Há, um exemplar da arquitectura modernista, provocou, no final da semana passada, a indignação de várias personalidades e associações do território. Ontem, numa nota enviada à imprensa, o Executivo explicou que a decisão foi tomada tendo em conta dois factores - segurança de bens e pessoas e informações do Instituto Cultural que diziam que o bairro militar não estava em zona classificada.
"Atendendo à debilidade ultimamente verificada nas fundações do antigo Bairro Militar de Mong Há, ao que se acresceu ainda o perigo eminente de derrocada, o que, por sua vez, colocava em causa a segurança da vida e dos bens da população e da vizinhança, foi então decidido pela Administração a realização de obras de terraplanagem, a fim de salvaguardar a segurança pública". É desta forma que o Governo, numa nota de imprensa do Gabinete de Comunicação Social, esclarece o processo de demolição do antigo quartel do bairro de Mong-Há. A demolição, que terá ocorrido de terça para quarta-feira da semana passada, provocou o protesto de várias associações e personalidades do território que, entre outras coisas, lamentavam o facto de se estar a "perder um edifício de valor histórico, um exemplar do período modernista da arquitectura".
No local onde estava edificado o quartel, a Administração promete construir habitações públicas, uma medida decidida há algum tempo e inserida no plano de arrendamento de imóveis para famílias de recém-casados, de modo, diz o executivo, "a permitir aos cidadãos viverem tranquilos e sossegados".
Contudo, perante os protestos, o governo vem agora afirmar que antes de dar carta branca aos bulldozers, solicitou ao Instituto Cultural " o fornecimento de informações referentes ao assunto". E a resposta do IC não poderia ter sido mais clara: "Da análise global, verificou-se que não se encontraram, nos arquivos, qualquer processo ou informação histórica sobre a esta construção, confirmando-se assim que nem edifício nem o terreno estavam em zona classificada".

Rumores, crise financeira e emprego

Em resposta às acusações de falta de diálogo por parte de algumas instituições como a da Liga de Protecção do Farol da Guia, o governo apelida de "rumores" as notícias que "circulam na sociedade" de que a construção do bairro militar datava dos anos 20 ou 30 do século passado. Diz o executivo, que, da análise à planta histórica e aos arquivos, não foi encontrado nenhum registo, "pelo que ficou comprovado que não existem fundamentos suficientes para alegar este facto".
Mas não só da falta de registos se fez a demolição do devoluto quartel de Mong-Há. Na linha do que vem acontecendo na AL, onde os deputados aproveitam "o tsunami financeiro" para puxarem a brasa à sua sardinha, também o Executivo, para justificar a sua decisão, apela ao argumento económico, salientando, de um modo que roça o populismo, que a "construção de habitações públicas irá criar postos de trabalho".
"Tendo em conta ao impacto que a crise económica mundial veio ter em Macau, a Administração veio procurar criar mais postos de trabalho acelerando o andamento do processo de aprovação da construção de habitações públicas", refere a nota de imprensa.

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