11.19.2008

Cônsul de Portugal não foi informado sobre venda

Livraria Portuguesa deve continuar

Portugal deve manter em Macau uma Livraria Portuguesa independentemente do local que esta ocupa, afirmou ontem o cônsul português, Pedro Moitinho de Almeida.
O cônsul, que até ao final do ano deverá abandonar Macau para ocupar o cargo de embaixador de Portugal em Otava, no Canadá, respondia assim à possibilidade de venda da Livraria Portuguesa, incluindo o espólio, revelado pela Rádio Macau.
A presidente da Casa de Portugal em Macau, Amélia António, afirmou ontem que a aquela instituição está disposta a colaborar numa solução alternativa que garanta a sobrevivência da Livraria Portuguesa. Em declarações à Rádio Macau, a presidente da Casa de Portugal adiantou ainda que o Estado português "tem que dar uma explicação muita clara" sobre este negócio. Para Amélia António, qualquer solução que passe pela venda das actuais instalações da Livraria Portuguesa terá que garantir condições de acessibilidade e de espaço idênticas às disponíveis nas actuais instalações.
A Livraria Portuguesa está concessionada a uma empresa liderada por Aloísio da Fonseca, um dos primeiros presidentes do Instituto Português do Oriente, depois de alguns anos em que o espaço foi gerido pelo próprio IPOR e onde foram acumulados prejuízos.
Moitinho de Almeida diz “não ter informações” oficiais para comentar a notícia da venda, mas defende a existência de uma Livraria Portuguesa “naquele ou noutro espaço”.
A notícia da venda do espaço da Livraria Portuguesa surge depois do afastamento da antiga presidente do IPOR, Helena Rodrigues, que confirmou publicamente dificuldades financeiras da instituição, entretanto sanadas.
Actualmente o IPOR tem como presidente interino o delegado da Fundação Oriente em Macau, Rui Rocha, mas este encontra-se incontactável telefonicamente, tal como responsáveis da Fundação Oriente - que detém a segunda maior quota do instituto - que se escusam a comentar qualquer tema do IPOR.
Numa visita a Macau no final de Outubro, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, afirmou que o país atravessa uma fase de “balanço” e “avaliação” da experiência desta última década de presença dos seus interesses em toda a região asiática.
O ministro explicou também que a reforma que será executada no Instituto Camões - que detém 51 por cento das quotas do IPOR - terá implicações em Macau.
Numa visita ao IPOR, Luís Amado considerou que o instituto tem uma actividade muito importante no ”acolhimento de uma procura tão significativa de jovens chineses que querem reforçar as suas capacidades linguísticas no uso do português” e recordou alguns pontos da nova política para a língua que define objectivos a curto e médio prazo.

Prioridades aos PALOPs

A nova política de apoio à língua portuguesa, no entanto, terá como prioridade programas aplicados nos países de língua portuguesa, revelou ontem o ministro Luís Amado, ao responder a questões dos deputados sobre o Orçamento do Instituto Camões.
O ministro dos Negócios Estrangeiros assegurou que o novo Instituto Camões estará operacional em Janeiro de 2009 mas que só a partir de então se iniciará a transferência de competências em relação ao ensino do português.
"Penso que a lei orgânica será aprovada antes do final do ano, integrará competências e funções novas, que estavam designadamente no Ministério da Educação, e nessa perspectiva será um novo Instituto Camões que se projectará a partir de 2009", disse Luís Amado à imprensa à saída de uma reunião com as comissões parlamentares de Negócios Estrangeiros e de Orçamento e Finanças.
Sobre a presidência do Instituto - depois de em Agosto a actual presidente, Simonetta Luz Afonso, ter anunciado a sua reforma -, Amado frisou que "a presidente se mantém em funções" porque "foi reconduzida até que haja uma nova direcção, que deve assumir funções quando a nova lei orgânica for aprovada".
Uma das questões mais levantadas pelos deputados, designadamente o social-democrata José Cesário, o centrista Telmo Correia e o comunista António Filipe, foi precisamente a reforma do Instituto Camões e a criação do Fundo da Língua Portuguesa, instrumentos centrais da nova política de promoção da Língua Portuguesa.
Luís Amado apontou como "instrumentos fundamentais" da nova política o Instituto Camões e o Fundo da Língua e, respondendo às questões dos deputados sobre quais vão ser os programas financiados, explicou que "nesta primeira fase se centrarão no apoio aos Países de Língua Portuguesa na promoção do ensino, que é em português".

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