11.12.2008

Deputados preocupados com impacto da situação económica mundial em Macau

A crise como justificação para (quase) tudo

Há quem defenda que o Governo deve olhar para os problemas da habitação. Outros entendem que chegou a hora de tomar medidas efectivas de apoio às pequenas e médias empresas (PME) do território. Ou, então, dar já início à redução dos trabalhadores não-residentes. E colocar o salário mínimo generalizado na agenda política, como defendeu Lee Chong Cheng. É a crise que leva a todas estas sugestões, deixadas ontem na Assembleia Legislativa.
Do sector laboral aos representantes dos Kaifong, passando por um nomeado pelo Chefe do Executivo e pelos deputados de Fujian, foram vários os membros do hemiciclo que alertaram o Governo para a necessidade de meter mãos à obra antes que a crise bata mais forte.
Ung Choi Kun foi o primeiro a abordar a questão e, talvez, o mais optimista: “Não se devem assumir cegos pessimismos em relação à futura situação económica de Macau”. No entanto, entende que a Administração deve “gerir muito bem o risco de uma descida arrebatada da economia”. As notícias sobre o sector do jogo deixam-no apreensivo e há que “aumentar a confiança das diversas entidades para assegurar o funcionamento normal” da indústria. O deputado considera ainda que se deve tomar como referência “o abandono da política de não intervenção” levado a cabo por outros países e territórios – em suma, quer que o Executivo da RAEM aja.
Para Leong Iok Wa, a crise vem tornar ainda mais “indispensável” o aperfeiçoamento da política de trabalho e do duplo regime de segurança social, bem como a concretização das “políticas directamente relacionadas com a vida quotidiana da população”. Da lista de sugestões da deputada faz ainda parte a revisão, com carácter de urgência, da legislação relacionada com a habitação pública. Leong defende igualmente a criação de mecanismos que “permitam dar preferência aos trabalhadores locais em caso de necessidade de despedimento por excesso de mão-de-obra”.
Au Kam San foi, sem surpresa, mais longe no que aos trabalhadores não residentes diz respeito: o democrata quer que o Governo termine “de imediato com o ciclo vicioso da expansão de trabalhadores importados, acabando com os novos pedidos de trabalhadores não qualificados para o sector do jogo”. É que “as três medidas” anunciadas pelo Executivo em relação a esta matéria só vão ser aplicadas no próximo ano. O deputado entende que, caso não seja feito nada em relação ao seu mais recente cavalo de batalha, os governantes locais não estarão a seguir “o amor à Pátria” (não obstante parte dos trabalhadores que não quer em Macau serem oriundos dessa mesma Pátria), pois “o Governo Central apela para a construção de uma sociedade harmoniosa em Macau”.
Já Lei Pui Lam apelou ao Governo para que adopte “políticas drásticas” para os diferentes sectores económicos, como forma de fazer frente à crise.

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