Estratégias
Ao que tudo indica, o Instituto Português do Oriente prepara-se para vender as instalações onde funciona a Livraria Portuguesa. A pataca, pelos vistos, canta mais alto do que a cultura e as propostas de potenciais interessados já chegaram às mãos daquela instituição, como ontem noticiou a Rádio Macau.
A revelação é temperada com a intenção do mesmo IPOR em encontrar alguém interessado na compra do espólio da Livraria Portuguesa. Agradece-se ao benemérito que arranje um outro espaço onde ela possa renascer, com a promessa de que o IPOR irá apoiar o funcionamento dessa nova livraria, durante os primeiros anos.
Colocando as coisas de forma mais directa - e confirmando-se a notícia - o IPOR vai ajudar a fechar a Livraria Portuguesa. Vende o edifício, embolsa as patacas e, se o responsável pela sua exploração não conseguir impingir os livros, faz uns saldos fora de época e arruma o que sobrar num armazém. O resto, como diz o povo, é conversa.
Vender livros portugueses em Macau nunca foi grande negócio. Mas há custos e proveitos que não se podem calcular da mesma forma que um merceeiro faz as contas. Sobretudo quando estão envolvidas instituições que têm a obrigação de contribuir para a manutenção da presença portuguesa no território.
Pelos vistos, a tal revisão da estratégia de Portugal para a Ásia, anunciado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, da última vez que por aqui passou, já começa a dar os seus frutos.
A continuar nesta lógica de reduzir custos, o próximo cônsul de Portugal em Macau ainda se arrisca a ir viver para umas modestas três assoalhadas na Areia Preta.
Paulo Reis
Ao que tudo indica, o Instituto Português do Oriente prepara-se para vender as instalações onde funciona a Livraria Portuguesa. A pataca, pelos vistos, canta mais alto do que a cultura e as propostas de potenciais interessados já chegaram às mãos daquela instituição, como ontem noticiou a Rádio Macau.
A revelação é temperada com a intenção do mesmo IPOR em encontrar alguém interessado na compra do espólio da Livraria Portuguesa. Agradece-se ao benemérito que arranje um outro espaço onde ela possa renascer, com a promessa de que o IPOR irá apoiar o funcionamento dessa nova livraria, durante os primeiros anos.
Colocando as coisas de forma mais directa - e confirmando-se a notícia - o IPOR vai ajudar a fechar a Livraria Portuguesa. Vende o edifício, embolsa as patacas e, se o responsável pela sua exploração não conseguir impingir os livros, faz uns saldos fora de época e arruma o que sobrar num armazém. O resto, como diz o povo, é conversa.
Vender livros portugueses em Macau nunca foi grande negócio. Mas há custos e proveitos que não se podem calcular da mesma forma que um merceeiro faz as contas. Sobretudo quando estão envolvidas instituições que têm a obrigação de contribuir para a manutenção da presença portuguesa no território.
Pelos vistos, a tal revisão da estratégia de Portugal para a Ásia, anunciado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, da última vez que por aqui passou, já começa a dar os seus frutos.
A continuar nesta lógica de reduzir custos, o próximo cônsul de Portugal em Macau ainda se arrisca a ir viver para umas modestas três assoalhadas na Areia Preta.
Paulo Reis