Cidade
Falar de planeamento urbanístico em Macau é abordar uma área onde este território tem um desafio interessante, no mínimo. Ao longo dos anos, construiu-se onde foi possível e onde não se deveria ter construído. Embora um instrumento fundamental para uma boa gestão urbana - a posse dos terrenos - esteja na mão do governo, o resultado dessa gestão não tem sido dos melhores.
É certo que há uma realidade inultrapassável: o espaço é pouco, as pessoas são muitas e precisam de sítio para viver. Mas é exactamente para resolver problemas deste género que há especialistas em planeamento urbano, que são elaborados planos directores e que se submete o desenvolvimento das cidades a regras bem específicas.
Mais importante do que isso são as opções fundamentais, quanto se definem as linhas de orientação que devem ser seguidas, em matéria de planeamento urbano. Por cá, sempre se andou um pouco a reboque da realidade: primeiro constrói-se e depois tenta-se resolver o problema da qualidade de vida, do trânsito, dos transportes públicos e da poluição.
Olhar para a preocupação actual do governo, em matéria de planeamento urbanístico, levanta algumas interrogações. Posta de lado a hipótese de se deitarem abaixo edifícios para construir espaços de lazer, zonas verdes, estradas mais largas e parques de estacionamento, não são visíveis outras alternativas para corrigir o que já está feito.
Resta a possibilidade de aquilo que vier a ser construído seguir novas regras e obedecer a um plano que tenha em conta que as cidades são sítios onde as pessoas necessitam de alguma coisa mais do que espaço para viver e jogar.
No papel, pode-se colocar uma quantidade infindável das melhores intenções, como se viu já em inúmeros estudos e projectos. Na prática, onde cabe um prédio não se consegue colocar também um jardim.
Paulo Reis
Falar de planeamento urbanístico em Macau é abordar uma área onde este território tem um desafio interessante, no mínimo. Ao longo dos anos, construiu-se onde foi possível e onde não se deveria ter construído. Embora um instrumento fundamental para uma boa gestão urbana - a posse dos terrenos - esteja na mão do governo, o resultado dessa gestão não tem sido dos melhores.
É certo que há uma realidade inultrapassável: o espaço é pouco, as pessoas são muitas e precisam de sítio para viver. Mas é exactamente para resolver problemas deste género que há especialistas em planeamento urbano, que são elaborados planos directores e que se submete o desenvolvimento das cidades a regras bem específicas.
Mais importante do que isso são as opções fundamentais, quanto se definem as linhas de orientação que devem ser seguidas, em matéria de planeamento urbano. Por cá, sempre se andou um pouco a reboque da realidade: primeiro constrói-se e depois tenta-se resolver o problema da qualidade de vida, do trânsito, dos transportes públicos e da poluição.
Olhar para a preocupação actual do governo, em matéria de planeamento urbanístico, levanta algumas interrogações. Posta de lado a hipótese de se deitarem abaixo edifícios para construir espaços de lazer, zonas verdes, estradas mais largas e parques de estacionamento, não são visíveis outras alternativas para corrigir o que já está feito.
Resta a possibilidade de aquilo que vier a ser construído seguir novas regras e obedecer a um plano que tenha em conta que as cidades são sítios onde as pessoas necessitam de alguma coisa mais do que espaço para viver e jogar.
No papel, pode-se colocar uma quantidade infindável das melhores intenções, como se viu já em inúmeros estudos e projectos. Na prática, onde cabe um prédio não se consegue colocar também um jardim.
Paulo Reis