Oito visitas do governo português a Macau
Entre Abril e Novembro por oito vezes ministros e secretários de Estado vieram a Macau. Este ano. Oito meses, oito visitas. Algo que nunca aconteceu. Nem Espanha ou Angola tiveram tantos governantes num só ano.
João Paulo Meneses
putaoya@hotnmail.com
A visita de Bernardo Trindade, o secretário de Estado do Turismo, será a oitava, este ano, de um membro do governo português a Macau.
Embora não exista uma contabilidade oficial, diversas fontes contactadas pelo PONTO FINAL afirmam que apenas Bruxelas, pelas razões óbvias, se destaca e que Macau (e, em sentido geral, a China) está logo atrás, ao lado de países como a Venezuela.
Houve mais visitas de ministros e secretários de Estado a Macau em 2008 do que, por exemplo, à Alemanha, principal parceiro comercial português, a Espanha ou mesmo a Angola. Até o Brasil não mereceu tanto empenho por parte do governo.
O curioso é que estas oito visitas aconteceram em oito meses, de Abril a Novembro.
Deve dizer-se que não há uma estratégia global (ou seja, instruções dadas especificamente), e que cada Ministério tem as suas prioridades – por isso não existe uma contabilidade oficial, que obrigou o PONTO FINAL a recolher informação quase Ministério a Ministério – mas pelo menos dois factores confluem para que isto tenha acontecido: a importância crescente da China no panorama mundial (em que se inclui a parceria estratégica assinada entre Portugal e a China) e a realidade própria de Macau, que parece estar mais próxima do que há uns anos.
Ministra da Educação vezes dois
É neste último contexto que situamos as duas deslocações de Maria de Lurdes Rodrigues à RAEM. Neste ano, a ministra da Educação veio duas vezes a Macau, a primeira em Abril e a segunda em Julho. Sempre acompanhada pelo seu secretário de Estado Jorge Pedreira.
Também ligada exclusivamente à realidade da RAEM foi a visita do secretário de Estado adjunto do Primeiro Ministro, Filipe Batista, no 10 de Junho.
Outras visitas tiveram passagem por Macau, mas os seus protagonistas dirigiam-se primordialmente para a China. Foi o caso do secretário de Estado das Finanças que visitou Macau em Maio: Carlos Costa Pina vinha de Xangai, de uma reunião do Banco Africano para o Desenvolvimento, mas não deixou de fazer uma visita «de cortesia» a Macau.
Também, nesse mesmo mês, João Gomes Cravinho passou pela RAEM, neste caso antes de seguir para Pequim. Cravinho é o secretário de Estado da Cooperação, no âmbito da qual se situam as relações com Macau, e falou na Universidade.
Em Setembro foi a vez de Fernando Serrasqueiro, secretário de Estado do Comércio, regressar a Macau (ver texto nestas páginas) para participar num seminário promovido do Fórum, tendo depois seguido, na companhia de Edmund Ho, para Xiamen.
No mês passado visitou Macau Luís Amado: o ministro dos Negócios Estrangeiros participou na abertura da Feira Internacional de Macau e visitou o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, mas o seu destino final era Pequim, onde participou em mais uma Cimeira Ásia-Europa.
Este mês chega Bernardo Trindade, para o congresso das agências de viagens e turismo.
Dois ministros e seis secretários de Estado
Ao todo dois ministros (sendo que um deles veio duas vezes) e seis secretários de Estado (contando com Jorge Pedreira). Ao todo, quatro visitas partilhadas com o continente chinês (Amado, Pina, Cravinho e Serrasqueiro) e quatro exclusivamente macaenses (as duas da ministra da Educação, a de Filipe Batista e esta – tanto quanto se sabe – do Turismo.
Porventura não há fome que não dê em fartura, e quantidade não é obviamente sinónimo de qualidade, mas há três coisas que são objectivas: a comunidade portuguesa não se pode queixar da falta interlocutores, mesmo quando o objectivo era a China, Macau não ficou esquecido e quem tem alguma memória sabe que oito visitas governamentais a Macau num só ano é algo que nunca aconteceu – e provavelmente não voltará, mesmo, a repetir-se!
Haverá novidades em Dezembro?
Entre Abril e Novembro por oito vezes ministros e secretários de Estado vieram a Macau. Este ano. Oito meses, oito visitas. Algo que nunca aconteceu. Nem Espanha ou Angola tiveram tantos governantes num só ano.
João Paulo Meneses
putaoya@hotnmail.com
A visita de Bernardo Trindade, o secretário de Estado do Turismo, será a oitava, este ano, de um membro do governo português a Macau.
Embora não exista uma contabilidade oficial, diversas fontes contactadas pelo PONTO FINAL afirmam que apenas Bruxelas, pelas razões óbvias, se destaca e que Macau (e, em sentido geral, a China) está logo atrás, ao lado de países como a Venezuela.
Houve mais visitas de ministros e secretários de Estado a Macau em 2008 do que, por exemplo, à Alemanha, principal parceiro comercial português, a Espanha ou mesmo a Angola. Até o Brasil não mereceu tanto empenho por parte do governo.
O curioso é que estas oito visitas aconteceram em oito meses, de Abril a Novembro.
Deve dizer-se que não há uma estratégia global (ou seja, instruções dadas especificamente), e que cada Ministério tem as suas prioridades – por isso não existe uma contabilidade oficial, que obrigou o PONTO FINAL a recolher informação quase Ministério a Ministério – mas pelo menos dois factores confluem para que isto tenha acontecido: a importância crescente da China no panorama mundial (em que se inclui a parceria estratégica assinada entre Portugal e a China) e a realidade própria de Macau, que parece estar mais próxima do que há uns anos.
Ministra da Educação vezes dois
É neste último contexto que situamos as duas deslocações de Maria de Lurdes Rodrigues à RAEM. Neste ano, a ministra da Educação veio duas vezes a Macau, a primeira em Abril e a segunda em Julho. Sempre acompanhada pelo seu secretário de Estado Jorge Pedreira.
Também ligada exclusivamente à realidade da RAEM foi a visita do secretário de Estado adjunto do Primeiro Ministro, Filipe Batista, no 10 de Junho.
Outras visitas tiveram passagem por Macau, mas os seus protagonistas dirigiam-se primordialmente para a China. Foi o caso do secretário de Estado das Finanças que visitou Macau em Maio: Carlos Costa Pina vinha de Xangai, de uma reunião do Banco Africano para o Desenvolvimento, mas não deixou de fazer uma visita «de cortesia» a Macau.
Também, nesse mesmo mês, João Gomes Cravinho passou pela RAEM, neste caso antes de seguir para Pequim. Cravinho é o secretário de Estado da Cooperação, no âmbito da qual se situam as relações com Macau, e falou na Universidade.
Em Setembro foi a vez de Fernando Serrasqueiro, secretário de Estado do Comércio, regressar a Macau (ver texto nestas páginas) para participar num seminário promovido do Fórum, tendo depois seguido, na companhia de Edmund Ho, para Xiamen.
No mês passado visitou Macau Luís Amado: o ministro dos Negócios Estrangeiros participou na abertura da Feira Internacional de Macau e visitou o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, mas o seu destino final era Pequim, onde participou em mais uma Cimeira Ásia-Europa.
Este mês chega Bernardo Trindade, para o congresso das agências de viagens e turismo.
Dois ministros e seis secretários de Estado
Ao todo dois ministros (sendo que um deles veio duas vezes) e seis secretários de Estado (contando com Jorge Pedreira). Ao todo, quatro visitas partilhadas com o continente chinês (Amado, Pina, Cravinho e Serrasqueiro) e quatro exclusivamente macaenses (as duas da ministra da Educação, a de Filipe Batista e esta – tanto quanto se sabe – do Turismo.
Porventura não há fome que não dê em fartura, e quantidade não é obviamente sinónimo de qualidade, mas há três coisas que são objectivas: a comunidade portuguesa não se pode queixar da falta interlocutores, mesmo quando o objectivo era a China, Macau não ficou esquecido e quem tem alguma memória sabe que oito visitas governamentais a Macau num só ano é algo que nunca aconteceu – e provavelmente não voltará, mesmo, a repetir-se!
Haverá novidades em Dezembro?