11.19.2008

Dados oficiais confirmam diminuição do PIB

Japão entrou em recessão

A economia japonesa, a segunda maior do mundo, entrou em recessão no terceiro trimestre de 2008, afectada pela crise financeira que derrubou os investimentos das empresas, segundo dados oficiais ontem divulgados.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão retrocedeu 0,1 por cento em comparação com o segundo trimestre, e 0,4 por cento no cálculo anual, em consequência da considerável redução dos investimentos em capital empresarial. As companhias japonesas foram afectadas pela queda da procura do mercado americano e pelas dificuldades para obter financiamentos dos bancos.
Os números marcam a entrada oficial do Japão em recessão, que tecnicamente é definida como a situação decorrente de dois trimestres consecutivos de crescimento negativo. No segundo trimestre, o PIB japonês registara uma contracção de 0,9 por cento em relação ao período anterior, segundo os números ontem divulgados.
"Estes dados mostram que a economia entrou em recessão. Existe o risco de que a situação piore ainda mais", admitiu o ministro japonês das Finanças, Kaoru Yosano.
Os economistas previam um crescimento próximo de zero no terceiro trimestre. O prognóstico médio era de uma leve progressão de 0,1 por cento em comparação com o segundo trimestre, segundo uma pesquisa do jornal Nikkei.
O Japão junta-se assim aos países do Euro, Alemanha, Itália, Irlanda e Hong Kong na lista de países e territórios que entraram oficialmente em recessão pelo choque provocado pela crise financeira mundial. A maioria dos economistas prevê que uma das próximas a entrar para a lista será a economia dos Estados Unidos.
Esta é a primeira vez em sete anos que o Japão entra em recessão. A última contracção do PIB durante dois trimestres consecutivos aconteceu em 2001.
O retrocesso do PIB japonês no terceiro trimestre de 2008 é explicada pela queda de 6,7 por cento do crescimento anual, e dos investimentos em capital das empresas, que foi menos 1,7 por cento em relação ao trimestre anterior.
A maioria das empresas japonesas limitou as despesas evitando construir novas fábricas ou adiando a compra de equipamento, já que previam uma queda da procura nos Estados Unidos, principal cliente das exportações japonesas. A situação ficou ainda pior com a hesitação dos bancos em conceder créditos.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que a recessão continuará no Japão no quarto trimestre, com um retrocesso previsto do PIB de 1,0 dos investimentos em capital das empresas.
Segundo a OCDE, a segunda maior economia mundial registará uma queda de 0,1 por cento do PIB no ano de 2009.

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