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No conjunto de medidas que o Chefe do Executivo ontem anunciou, na apresentação das Linhas de Acção Governativa, nota-se alguma preocupação com os reflexos da crise que aí vem. Sem margem política para grandes inovações, uma vez que está a caminho do fim do seu último mandato, Edmund Ho optou pela continuidade, avançando com algumas medidas de carácter pontual, destinadas a sectores económicos onde as dificuldades já se fazem sentir.
Em termos gerais, o que se ouviu ontem é um discurso cauteloso, tentando transmitir garantias e segurança a uma população que se sente pouco tranquila, em matéria de futuro, perante notícias nada animadoras em relação ao estado de saúde da economia mundial.
E tirando as tais medidas pontuais, as Linhas de Acção Governativa repetem uma lista, em matéria de intenções e objectivos que, sendo louváveis, já não constituem propriamente uma novidade.
Para observadores mais críticos, isto será um sinal de que a transição de poderes já está em curso, com o governo a assumir uma espécie de gestão dos assuntos correntes, resolvendo apenas os problemas mais prementes e deixando as inevitáveis reformas de fundo para quem vier a seguir.
Não parece, no entanto, que houvesse grandes expectativas em relação às orientações a imprimir à acção governativa, no próximo ano. Os problemas fundamentais com que Macau se defronta não são de agora, nem são novos. E, não sendo fáceis de resolver, mais complicados se tornam com o chamado "tsunami" financeiro a ganhar maior dimensão, a cada dia que passa.
Pretender que um governo que se aproxima do fim do seu mandato avançasse com políticas inovadoras seria um optimismo excessivo - e isso é algo que nem a realidade económica nem as características específicas da política local recomendam.
Paulo Reis
No conjunto de medidas que o Chefe do Executivo ontem anunciou, na apresentação das Linhas de Acção Governativa, nota-se alguma preocupação com os reflexos da crise que aí vem. Sem margem política para grandes inovações, uma vez que está a caminho do fim do seu último mandato, Edmund Ho optou pela continuidade, avançando com algumas medidas de carácter pontual, destinadas a sectores económicos onde as dificuldades já se fazem sentir.
Em termos gerais, o que se ouviu ontem é um discurso cauteloso, tentando transmitir garantias e segurança a uma população que se sente pouco tranquila, em matéria de futuro, perante notícias nada animadoras em relação ao estado de saúde da economia mundial.
E tirando as tais medidas pontuais, as Linhas de Acção Governativa repetem uma lista, em matéria de intenções e objectivos que, sendo louváveis, já não constituem propriamente uma novidade.
Para observadores mais críticos, isto será um sinal de que a transição de poderes já está em curso, com o governo a assumir uma espécie de gestão dos assuntos correntes, resolvendo apenas os problemas mais prementes e deixando as inevitáveis reformas de fundo para quem vier a seguir.
Não parece, no entanto, que houvesse grandes expectativas em relação às orientações a imprimir à acção governativa, no próximo ano. Os problemas fundamentais com que Macau se defronta não são de agora, nem são novos. E, não sendo fáceis de resolver, mais complicados se tornam com o chamado "tsunami" financeiro a ganhar maior dimensão, a cada dia que passa.
Pretender que um governo que se aproxima do fim do seu mandato avançasse com políticas inovadoras seria um optimismo excessivo - e isso é algo que nem a realidade económica nem as características específicas da política local recomendam.
Paulo Reis