11.17.2008

Trabalhadores de férias sem remuneração

A crise chegou ao Crown

Depois da Venetian, a Melco. A empresa de Lawrence Ho e do australiano James Packer mandou para casa “centenas de trabalhadores” para umas férias de seis meses sem direito a remuneração. São os efeitos da crise a obrigarem ao corte nos custos de operação.

São “centenas de trabalhadores” que vão de férias forçadas, pelo menos durante seis meses. A notícia foi avançada ontem pelo jornal australiano Brisbane Times, que dá conta das dificuldades vividas pela Melco Crown Entertainment, um consórcio entre os empresários Lawrence Ho e do australiano James Packer.
O jornal cita Lawrence Ho, presidente do conselho de administração da empresa, para explicar que a Melco pretende poupar 25 milhões de dólares norte-americanos, o que equivale a 10 por cento do total dos salários que estava a pagar até este momento.
A necessidade de fazer cortes nas despesas de operação surge na sequência da diminuição das receitas do jogo: as restrições aos vistos individuais impostas pela província de Guangdong resultaram em menos apostadores, sendo que a crise financeira internacional está também a ter repercussões no consórcio.
Desde Abril passado, o Crown perdeu dez por cento da fatia que ocupava no mercado. Dados divulgados este fim-de-semana relativos ao final de Setembro apontam para perdas, nos últimos três meses, na ordem dos 21 milhões de dólares, o que equivale a cinco cêntimos por acção. Os analistas previam perdas de apenas um cêntimo por acção. No terceiro trimestre do ano, as receitas do mercado VIP diminuíram 23 por cento quando comparando com os três meses imediatamente anteriores.
A empresa continua, assim, sem conseguir lucros, mas espera que tal seja possível quando o City of Dreams abrir as portas. A inauguração do investimento no COTAI está agendada para a primeira metade do próximo ano. O hotel terá 1400 quartos e o casino vai compreender 500 mesas.
A Melco Crown, cotada no Nasdaq, atingiu os 18,15 dólares norte-americanos há um ano. Está agora a negociar as acções a 3,75 dólares, tendo sofrido uma queda na passada quinta-feira.
Lawrence Ho disse estar “cautelosamente optimista” acerca da possibilidade de ser revista a política de atribuições de vistos antes da abertura da primeira fase do investimento de 2,4 mil milhões de dólares. “Estamos a fazer planos prudentes contando com o pior cenário, mas esperamos que possa acontecer o melhor, pelo que estamos a ajustar as nossas estruturas às condições actuais do mercado”, disse.
“Precisamos de estar preparados para o facto de as restrições nos vistos se manterem”, disse. Recorde-se que, na passada semana, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa para 2009, Edmund Ho disse não ter intenções de negociar a questão dos vistos com as autoridades chinesas. Mas se tal for necessário, disse também o Chefe do Executivo, o mais provável é que as conversações não sejam feitas com Guangdong – de onde vem grande parte dos apostadores -, mas sim com outras províncias chinesas.
Tanto a Melco como outras concessionárias têm vindo a manifestar vontade de verem uma alteração da política de atribuição de vistos individuais, de modo a que diminua a pressão que sentem ao nível das receitas.
Ainda em relação ao trabalhadores que foram de férias não remuneradas, Lawrence Ho explicou que provavelmente terão emprego no City of Dreams, que deverá ter entre cinco mil a sete mil postos de trabalho.
O Brisbane Times cita também o responsável pelo departamento financeiro da empresa, Simon Dewhurst, que disse que o mês de Setembro no Crown foi “bastante mau”, uma vez que perderam clientes para rivais que estão a oferecer generosos créditos para jogo. No entanto, a situação melhorou em Outubro e nos primeiros dias deste mês.
Simon Dewhurst explicou também que a empresa vai fazer alterações ao marketing do Crown para evitar que a City of Dreams roube clientes à empresa irmã.
A notícia da Melco foi conhecida pouco depois da Las Vegas Sands ter anunciado o despedimento de 11 mil operários da construção civil, devido à suspensão das obras de construção no empreendimento do COTAI.

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